Comitê Paralímpico organiza jornada para apresentar modalidades dos Jogos de Paris 2024
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A menos de dois anos para os Jogos de 2024, o Comitê Paralímpico de Paris organizou neste sábado (8) uma grande operação para promover a competição e apresentar algumas modalidades desconhecidas do público. O Dia Paralímpico é uma iniciativa inédita, que contou com o apoio do Comitê Paralímpico Internacional.
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A Praça da Bastilha, um dos cartões postais da cidade, foi o palco de diversas atividades organizadas para divulgar os Jogos Paralímpicos. Uma grande estrutura foi montada ao redor do Obelisco para que cerca de 100 atletas e para-atletas pudessem se apresentar, ensinar e interagir com o público.
O presidente do Comitê Paralímpico Internacional, o brasileiro Andrew Parsons prestigiou o evento. "A ideia é levar o esporte paralímpico para as pessoas que não estão acostumadas, entender como funciona, entender os desafios e isso faz com que tenham uma visão diferente das pessoas que têm deficiências. Por isso que estamos em uma Praça (da Bastilha), um local turístico", disse. "E entendendo mais, você terá mais fãs dos esportes paralímpicos. Um pode gostar mais do ciclismo, do atletismo, do judô… Assim a gente vai conquistando um público cativo maior para as modalidades", explicou o presidente do Comitê Paralímpico Internacional.
"É a primeira vez que temos o Dia Paralímpico em duas edições antes dos Jogos, em 2022 e 2023. É muito importante para promover os Jogos Paralímpicos. A gente sabe que nem todos conhecem ainda, mas o mais importante é promover a inclusão, a participação plena de toda a sociedade através dessa plataforma incrível que é o esporte. Então, é importante que todos assistam aos Jogos Paralímpicos, comprem ingressos, assistam na tevê, essa é a mensagem do dia de hoje", completou.

No total, as instalações permitiram a apresentação de 15 modalidades paralímpicas, entre vôlei sentado, salto em distância, bocha, basquete em cadeira de rodas, escalada. A maioria dos para-atletas que participaram da operação integra o Comitê paralímpico francês e muitos participaram também para aprender outras disciplinas.
A para-atleta Nélia Barbosa, francesa de origem portuguesa, que disputa competição de canoagem, participou das atividades de vôlei, mas espera da próxima vez mostrar sua modalidade. "Este ano a canoagem não foi inscrita, mas espero que possa falar no ano que vem. Esse Dia é importante para divulgar as modalidades paralímpicas e Jogos Paralímpicos na França", defende.
Alexandra Nouchet, para-atleta da equipe francesa de natação, também fez questão de se envolver com a jornada. "É um dia histórico, pois é a primeira vez que fazemos um Dia Paralímpico. É um dia para explicar e mostrar as modalidades nas quais somos especialistas. É um grande prazer ensinar a outras atletas e também outras pessoas, crianças, adultos, homens e mulheres como praticar uma modalidade esportiva. A noção de prazer é muito importante, deixar as pessoas se divertiram e ter prazer, é o mais importante".
A parisiense Magali trouxe a filha de 10 anos para participar das atividades. "É muito legal, pois podemos aprender disciplinas que não conhecemos, ou pelo menos, praticadas de outras formas. Realmente é uma ótima iniciativa". A garota também aprovou o projeto: "Eu gosto de esporte, fiz um pouco de basquete. E achei muito bom ter oportunidade de aprender e gostei dessa jornada antes dos jogos Olímpicos e Paralímpicos."
Normalizar modalidades paralímpicas
Cameron Leslie, da equipe nacional de rugby em cadeiras de rodas da Nova Zelândia, de escala em Paris a caminho da Dinamarca para o campeonato mundial, fez questão de prestigiar o evento. "É legal isso, faltando dois anos para os Jogos Paralímpicos. É realmente impressionante ver as pessoas chegando e conhecendo mais sobre esses esportes e para os atletas que estão aqui também. É bom ver as atividades para pessoas com deficiência serem normalizadas e o que todas essas pessoas e atletas podem fazer em um espaço esportivo", declarou.
Um dos destaques da programação foi a para-atleta afegã de taekwondo Zakia Khudadadi. Ela se tornou conhecida por conseguir fugir do Afeganistão durante a tomada de Cabul pelos talibãs. A jovem de 23 anos, que nasceu com o braço esquerdo atrofiado, disputou seus primeiros jogos paralímpicos em Tóquio e depois se instalou na França com o restante de seus familiares, retirados pelas forças franceses.

Zakia conseguiu apoio e patrocínio de uma instituição bancária e treina no INSEP, o centro de excelência e de alto rendimento para atletas olímpicos e paralímpicos da França. "Todos os dias treino no INSEP com treinador, e muito fisicamente. Por enquanto faço competições como refugiada, mas talvez pela França em 2024", diz, esperançosa em obter a nacionalidade francesa.
Ourti Sztantman, seu treinador, elogiou sua atleta: "É uma grande lutadora, uma atleta que quer vencer, muita implicada e determinada. Ela quer vencer por ela mesma, por sua família e pela honra do Afeganistão. Ela representa também o orgulho das mulheres e das pessoas com deficiência que querem vencer. Ela tem muita vontade e é como qualquer outra atleta de alto nível no INSEP. Tem muita vontade de vencer".
Os Jogos Paralímpicos de Paris acontece de 8 agosto a 9 de setembro de 2024.
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