Brasil reforça imagem de pólo de inovação tecnológica no Web Summit Lisboa 2025
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Com mais de 300 startups, o Brasil tem uma presença estratégica no Web Summit 2025, que começou na segunda-feira (10), em Lisboa. O evento, considerado um dos maiores encontros de tecnologia e empreendedorismo do mundo, reúne mais de 70 mil participantes de 153 países. Em um cenário altamente competitivo, o Brasil aposta em fortalecer conexões, atrair investimentos e consolidar a imagem de um ecossistema cada vez mais preparado para competir internacionalmente.

Luciana Quaresma, correspondente da RFI em Lisboa
“O Brasil chega a Lisboa com o objetivo de mostrar que é capaz de competir em pé de igualdade com os grandes centros de tecnologia do mundo”, afirma Eduardo Migliorelli, CEO da Atlantic Hub e responsável pela Missão Brasil Web Summit 2025.
Segundo ele, o ecossistema brasileiro amadureceu nos últimos anos e hoje participa ativamente do debate global sobre inovação, desde inteligência artificial até tecnologias de impacto social. “Hoje internacionalizar não é mais algo distante, é parte natural da estratégia de crescimento das empresas”, explica.
A participação brasileira é organizada por uma frente ampla de instituições públicas e privadas, como a ApexBrasil, que coordena uma delegação de 250 startups, e a Atlantic Hub, presente no evento desde a primeira edição.
“Temos apoiado a internacionalização de centenas de empresas brasileiras desde o primeiro Web Summit e, este ano, trazemos ainda mais startups de diferentes setores. Portugal oferece um ambiente favorável para investimentos e se tornou um ponto de partida estratégico para empresas brasileiras que querem acessar mercados globais.”
O Web Summit como vitrine global
Segundo os organizadores da Missão Brasil, o Web Summit se tornou mais do que um evento de tecnologia.
“É uma vitrine global, um ponto de encontro de líderes de mais de 150 países. Para o Brasil, é uma oportunidade de ampliar horizontes, apresentar soluções inovadoras e posicionar nossas startups no radar de investidores internacionais”, diz Migliorelli.
A missão organizada pela Atlantic Hub e outras instituições facilita o contato direto com investidores, aceleradoras e hubs de inovação na Europa e nos Estados Unidos. “Não se trata apenas de visibilidade ou networking: trazemos resultados concretos, ajudando as startups a transformar a participação no evento em expansão real e sustentável".
Portugal como porta de entrada
Migliorelli destaca o papel estratégico de Portugal. “Portugal se consolidou como um hub de inovação: tem segurança jurídica, incentivos fiscais, ambiente de negócios estável e afinidade cultural com o Brasil. Tudo isso cria um ecossistema propício para empresas que querem aumentar sua presença na Europa.”
Ele acrescenta que internacionalizar envolve mais do que abrir uma filial: “É um processo que exige adaptação cultural, estratégica e operacional. Muitas empresas chegam sem planejamento e precisam de suporte para entender como posicionar suas soluções de forma consistente.”
Casos de sucesso concretos
Entre as empresas que já se beneficiaram da missão estão a Ultracom, outsourcing de tecnologia com operação consolidada em Portugal, e o Instituto Priority, clínica carioca voltada a crianças com necessidades especiais, que abriu uma operação piloto no país. “Acompanhamos essas empresas, ajudamos na adaptação e na estruturação local. Ver esses resultados é um grande orgulho e mostra que a internacionalização do Brasil já é uma realidade concreta”, destaca Migliorelli.
Segundo ele, o movimento reflete uma mudança no mindset do empreendedor brasileiro. “Antes, o Brasil vinha ao Web Summit para observar e aprender. Hoje, chega com presença estruturada, objetivos claros e foco em conexões estratégicas e expansão real. O país passou do entusiasmo para a consolidação internacional.”
Tendências e oportunidades
Além de mostrar startups brasileiras, o Web Summit traz debates sobre as grandes tendências globais. “Inteligência artificial, sustentabilidade, ESG e impacto social não são apenas tópicos de conversa: estão sendo aplicados na prática em processos, produtos e serviços. É um amadurecimento do ecossistema brasileiro em paralelo ao avanço global.”
Migliorelli conclui: “Quem deseja internacionalizar precisa aproveitar a porta de entrada que Portugal oferece para a Europa. Nossa missão encurta esse caminho, conectando empresas, investidores e parceiros estratégicos para transformar oportunidades em resultados concretos.”
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