África Oriental: praga de gafanhotos põe em risco de fome 5 milhões de pessoas
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Pior praga de gafanhotos nos últimos 70 anos afecta vários países da África Oriental e põe 5 milhões de pessoas em risco de fome, organizações humanitárias alertam para danos colaterais da Covid-19 no continente africano.
Quase cinco milhões de pessoas estão em risco de passar fome devido à quarta praga de gafanhotos do deserto que está a devastar as plantações da África Oriental, alertou hoje o Comité Internacional de Resgate - CIR)
A nova invasão destes insectos complica uma situação alimentar que já estava a ser agravada pela propagação da pandemia da COVID-19, que dificulta a aplicação de medidas para atacar o problema.
A praga, que chegou à África Oriental há um ano, arrasou centenas de milhares de hectares de plantações em pelo menos sete países, mas o novo surto pode gerar prejuízos oito mil vezes superiores aos do princípio deste ano.
"O gafanhoto do deserto é a praga migratória mais perigosa do mundo: um enxame de gafanhotos com um quilómetro quadrado é capaz de consumir a mesma quantidade de alimentos num dia que aproximadamente 35 mil pessoas”, explicou o diretor de Recuperação Económica desta organização humanitária, Barri Shorey.
“O pior surto em 70 anos junta-se a um ano de seca e inundações, e agora uma pandemia de COVID-19 que impede que as pessoas trabalhem e plantem, o que coloca um risco sem precedentes para a segurança alimentar”, concluiu o responsável.
Em março, o Programa Alimentar Mundial - PAM - já tinha alertado, que a praga de gafanhotos na África Oriental desde o ano passado estava a aumentar e era a pior que o Quénia tinha enfrentado nos últimos 70 anos.
A praga estendeu-se depois a outros países como a Eritreia, Etiópia, Somália, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda.
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