Etiópia: 81 mortos em dois dias após morte de cantor Oromo
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Na Etiópia, pelo menos 81 pessoas morreram em dois dias de protestos provocados pelo assassinio do cantor e compositor Hachalu Hundessa. Amanhã é o funeral do cantor que foi autor de músicas que marcaramos protestos que derrubaram o antigo governo em 2018.
Os Oromo são o primeiro grupo étnico, englobando Addis Abeba, a capital.
De acordo com um porta-voz da região dos Oromo, Getachew Balcha, teriam morrido cerca de cinquenta pessoas nesta terça-feira.
Novos confrontos opondo nesta quarta-feira as forças de segurança a moradores da terra natal do cantor Hachalu Hundessa, teriam provocado mais nove mortos.
A polícia regional acabou por actualizar este balanço para, pelo menos, 81 mortos.
Hundessa deveria ser sepultado nessa cidade, Ambo, mas um grupo de jovens nacionalistas exigia que ele fosse a enterrar na capital, relatava a agência AFP.
O cantor em causa foi baleado na noite de segunda-feira, ele tinha sido uma das vozes mais críticas durante os anos de manifestações contra o governo que levaram Abiy Mohamed ao cargo de primeiro-ministro.
Esta violência ilustra a fragilidade da transição implementada pelo Prémio Nobel da Paz de 2019.
A polícia afirma ter detido alguns suspeitos da sua morte.
Apesar de serem o principal grupo étnico o povo Oromo queixa-se de ser marginalizado do ponto de vista político e económico.
Etiópia mergulha na violência
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