Sudão/ Política

Novo acordo de paz entre governo de Cartum e movimento rebelde

O  Primeiro-ministro do Sudão Abdalla Hamdok,saudou o acordo de paz com os rebeldes e considerou um passo histórico para uma paz total no seu país.
O Primeiro-ministro do Sudão Abdalla Hamdok,saudou o acordo de paz com os rebeldes e considerou um passo histórico para uma paz total no seu país. AFP

O governo de transição do Sudão e os rebeldes da Frente Revolucionária do Sudão assinaram  nesta segunda-feira um acordo  de  paz,  considerado "histórico " ,  assim como  um passo crucial  par pôr  termo  ao confito que dura há 14 anos e  provocou a morte de centenas de milhares de pessoas, nomeadamente nas regiões sudanesas do Darfour, Kordofan do sul e Nilo Azul.

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Os líderes da Frente Revolucionária do Sudão, uma  organização de cúpula que agrupa várias facções rebeldes sudandesas activas na região ocidental do Darfour e nos estados meridionais do  Kordofan do Sul  e  Nilo Azul,  celebraram nesta  segunda-feira o acordo de  paz assinado com o governo de transição de Cartum.

O  Primeiro-ministro do Sudão, Abdalla Hamdok,  qualificou o 31 de Agosto  de 2020 de data histórica para o Sudão e lançou um apelo para que, os outros dois grupos rebeldes em conflito com o poder central de Cartum, o Movimento Popular de Libertação do Sudão Norte-Abdelaziz al-Hilu e o Movimento de Libertação do Sudão-Abdulwahid al Nur, para que adiram igualmente ao pacto de paz  nacional.

Gibril Ibrahim, comandante do Movimento para a Justiça e a Igualdade, um dos grupos rebeldes  da Frente Revolucionária do Sudão, prestou homenagem aos mortos e às populações que durante muitos anos foram afectadas pelo conflito.

O acordo de paz foi assinado, em nome do governo central, pelo comandante paramilitar Mohamed Hamdan Daglo, que combateu os rebeldes. Daglo qualificou o acordo de  "nova aurora"  para o Sudão.  

Tanto os dirigentes sudaneses como os chefes rebeldes reconheceram que,  o acordo é um passo importante para pôr fim ao  conflito de 17 anos que assola o Sudão.

Foi na região do Darfour que teve início o conflito em 2003 e na qual morreram cerca de  300.000 pessoas.

A rebelião, contra o então executivo do ex-presidente Omar el Bechir, será desencadeada nos  estados meridionais do Kordofan do Sul e Nilo Azul  em 2011, após a independência do Sudão do Sul, resultado de uma guerra devastadora ocorrida entre 1983 e 2005.

A troïka formada pelos Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Noruega, envolvida na mediação,  exortou os outros movimentos, que ainda não o fizeram, a aderir ao acordo para que povo do Sudão possa viver totalmente em paz.  

 

 

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