Governo de Sudão assina com rebeldes acordo de paz considerado histórico
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O governo do Sudão assinou sábado um acordo de paz com vários grupos rebeldes, entre os quais o Movimento Popular do Norte do Sudão, com vista a pôr um termo a rebelião armada que afecta o país da África central desde há 17 anos.Por ocasião da cerimónia de assinatura, o secretário geral do Movimento Popular , Ismael Jallab, considerou o acordo de bom e histórico para o seu país. Contrariamente à Jallab, o opositor Al Rih Mahmoud considerou que as correntes rebeldes não foram tratadas de maneira idêntica, no âmbito do acordo assinado.
O governo do Sudão e vários grupos rebeldes assinaram sábado sábado um acordo que visa pôr fim a décadas de guerra, na qual morreram centendas de milhares de pessoas. Clamores, a favor do acordo de paz, foram ouvidos em Juba, capital do Sudão do Sul, onde representantes do governo de transição sudanês e dos grupos rebeldes rubricaram o acto .
Ismael Jallab do Movimento Popular, grupo rebelde que actuava no norte do Sudão considerou histórico o acto ocorrido sábado em Juba e qualificou de dia da verdadeira independência do país africano da África central.
Ismael Jallab do Movimento Popular do Norte do Sudão 03 de Outubro de 2020
"É um momento histórico e o dia da verdadeira independência do Sudão . Este acordo abrange todos os aspectos da crise sudanesa. Nós do Movimento Popular, consideramos que se trata de um acordo global, porque por um lado ele põem fim a guerra e ao mesmo tempo reforça o princípio da cidadania, justiça e segurança, e por outro os mecanismos de controlo garantem a sua implementação".
(Ismael Jallab)
Segundo o líder do Conselho Soberano para a Transição do Sudão, general Abdel Fattah al -Burhan, o acto de Juba é um dia histórico para todos os sudaneses, porque ele vai pôr termo a guerra.
Abdel Fattah al-Burhan que o governo de transição está muito empenhado em aplicar os protocolos do acordo entre Cartum e os movimentos rebeldes. O chefe do Conselho Soberano para a Transição do Sudão acrescentou que o acordo assinado em Juba, vai contribuir para transformar , sem sobressaltos, o seu país num Estado de direito, onde a cidadania,a liberdade e a democracia serão respeitadas .
Todavia embora alguns grupos armados que estavam em guerra contra o governo central de Cartum considerem que chegou a hora de restabelecer a paz no Sudão, nem todos concordam com os moldes em que decorreu o acto do acordo de paz assinado e sábado entre o governo de transição e os rebeldes.
O opositor Al Rih Mahmoud Jomaa do Exército de Libertação do Sudão considerou que os movimentos rebeldes não foram tratados em pé de igualdade.
Al Rih Mahmoud Jomaa do Exército de Libertação do Sudão 03 de Outubro de 2020
"Todos os movimentos armados que lutaram pela mudança devem ser tratados em pé de igualdade. Este foi o primeiro erro do governo de Cartum. O outro foi cometido pelos mediadores do governo do Sudão do Sul.
Nós temos muita estima pelos nossos irmãos do sul,mas eles não receberam , nem escutaraml todas as delegações dos rebeldes. Houve mesmo alguns a quem foi recusada a entrada na sala de negociações".
( Al Rih Mahmoud Jomaa)
O general Abdel Fattah al-Burhan e o Primeiro-ministro do Sudão Abdalla Hamdok, bem como a União Europeia e as Nações Unidas exortaram os outros rebeldes a integrarem o processo de paz no país africano.
A cerimónia ocorrida em Juba, foi considerada pelo Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, "um marco na caminhada do Sudão para uma paz sustentável".
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