Fórum dos desmobilizados de guerra apreensivos com cerco da polícia
O Fórum dos desmobilizados de guerra em Moçambique reagiu com preocupação à presença de agentes da polícia nas imediações da residência do presidente Hermínio dos Santos, isto depois do responsável ter afirmado a intenção de organizar uma marcha para os próximos dias.
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Um encontro de alguns membros do Fórum dos desmobilizados de guerra de Moçambique na casa do presidente da organização para debater a situação das pensões foi observado de perto por agentes da polícia. A situação foi denunciada pelo presidente do Fórum Hermínio dos Santos que afirma que o cerco policial começou nas primeiras horas da manhã deste sábado. " A polícia cercou a minha casa desde as seis horas da manhã e depois quando chegou a comunicação social fugiram.. disseram para eu não fazer a reunião. A reunião que eu fiz não é contra a Frelimo, mas sim para exigir os direitos dos desmobilizados. Nós queremos a nossa pensão de vinte mil meticais".
As exigências não são novas, já há vários anos que o Fórum dos desmobilizados de guerra pede ao governo moçambicano uma pensão de forma a recompensar ex-militares dos 16 anos de guerra civil moçambicana. Agastados por este impasse do executivo os desmobilizados prometem sair à rua nos próximos dias como confirma Ventura Juanice, secretario geral do Fórum dos desmobilizados; " já estamos cansados das mentiras do governo, esta manifestação o executivo é que vai reconhecer .. Estamos reunidos hoje aqui para estipular a data de manifestação e queremos mostrar às autoridades que nós não temos profissão, a nossa profissão é de matar, pois foi aqui que o governo nos ensinou".
O Fórum dos desmobilizados de guerra que congrega cerca de 140 mil ex-combatentes em todo o país avança que esta é a única forma para pressionar o governo a aumentar o valor das pensões que estão actualmente fixadas em 600 meticais, ou seja 16 euros.
Mais informação com o nosso correspondente em Maputo, Orfeu Lisboa.
Correspondência de Moçambique
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