Moçambique

Fórum dos desmobilizados de guerra apreensivos com cerco da polícia

O Fórum dos desmobilizados de guerra em Moçambique reagiu com preocupação à presença de agentes da polícia nas imediações da residência do presidente Hermínio dos Santos, isto depois do responsável ter afirmado a intenção de organizar uma marcha para os próximos dias.

Hermínio dos Santos, presidente dos Fórum dos desmobilizados de guerra de Moçambqiue
Hermínio dos Santos, presidente dos Fórum dos desmobilizados de guerra de Moçambqiue http://paginaglobal.blogspot.fr/
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Um encontro de alguns membros do Fórum dos desmobilizados de guerra de Moçambique na casa do presidente da organização para debater a situação das pensões foi observado de perto por agentes da polícia. A situação foi denunciada pelo presidente do Fórum Hermínio dos Santos que afirma que o cerco policial começou nas primeiras horas da manhã deste sábado. " A polícia cercou a minha casa desde as seis horas da manhã e depois quando chegou a comunicação social fugiram.. disseram para eu não fazer a reunião. A reunião que eu fiz não é contra a Frelimo, mas sim para exigir os direitos dos desmobilizados. Nós queremos a nossa pensão de vinte mil meticais".

As exigências não são novas, já há vários anos que o Fórum dos desmobilizados de guerra pede ao governo moçambicano uma pensão de forma a recompensar ex-militares dos 16 anos de guerra civil moçambicana. Agastados por este impasse do executivo os desmobilizados prometem sair à rua nos próximos dias como confirma Ventura Juanice, secretario geral do Fórum dos desmobilizados; " já estamos cansados das mentiras do governo, esta manifestação o executivo é que vai reconhecer .. Estamos reunidos hoje aqui para estipular a data de manifestação e queremos mostrar às autoridades que nós não temos profissão, a nossa profissão é de matar, pois foi aqui que o governo nos ensinou".

O Fórum dos desmobilizados de guerra que congrega cerca de 140 mil ex-combatentes em todo o país avança que esta é a única forma para pressionar o governo a aumentar o valor das pensões que estão actualmente fixadas em 600 meticais, ou seja 16 euros.


Mais informação com o nosso correspondente em Maputo, Orfeu Lisboa.

Correspondência de Moçambique

 

 

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