AI denuncia novas violações dos Direitos Humanos no Sudão do Sul
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A Amnistia Internacional divulgou hoje um relatório referindo que apesar de várias promessas das autoridades do Sudão do Sul no sentido de pôr fim às detenções arbitrárias e aos actos de tortura contra presos, estes atropelos têm continuado naquele país independente desde 2011 e em guerra há cerca de 5 anos.
Ao referir que são detidas e torturadas pessoas em função da sua pertença étnica e cor politica, esta ONG de defesa dos Direitos Humanos, refere que para além das detenções ilegais, as torturas contra os presos podem chegar até à morte. A este respeito, a Amnistia Internacional cita dos casos de 4 homens detidos em 2014, Mike Tyson, Alison Mogga Tadeo, Richard Otti e Andria Baam que acabaram por morrer no ano passado devido às condições do seu cativeiro bem como à falta de cuidados médicos.
Na síntese das informações que tem em mãos intitulada "A trail of broken promises" em que a ONG dá conta de torturas e humilhações dos presos, a Amnistia Internacional recorda que no 10 de Março de 2017, o Presidente Salva Kiir se tinha comprometido a libertar os presos políticos, por ocasião da assinatura do Acordo para o fim das hostilidades, uma promessa renovada em Junho de 2018 aquando da assinatura de um pré-acordo entre os beligerantes, o Presidente e o seu adversário, o seu antigo vice-presidente Riek Machar.
Todavia, refere ainda o relatório, ainda no passado mês de Julho, na própria altura em que se firmava a paz obtida sob a égide da ONU e do Sudão, um conhecido activista, Peter Biar Ajak, foi detido no aeroporto internacional de Juba, a capital do Sudão do Sul.
Ao dar conta do poder que tem a polícia secreta do Sudao do Sul e o seu funcionamento, o Padre José Vieira que viveu lá 7 anos, considera que estas detenções são um sintoma de um processo de paz -a seu ver- imperfeito.
Padre José Vieira
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