Viagem de Putin por América Latina começa em Cuba, com Fidel
O presidente russo, Vladimir Putin, inicia nesta sexta-feira (11), um giro pela América Latina. Ele passa por Cuba, Argentina e Brasil para mostrar que a Rússia não sofre de isolamento internacional pela intervenção na Ucrânia. Putin quer deixar claro que não depende dos Estados Unidos e da União Europeia. Em Havana, ele tem encontro marcado com Fidel Castro.
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Em entrevista exclusiva concedida à agência cubana Prensa Latina, o presidente russo afirmou que está interessado em desenvolver a "cooperação nos setores energético, petrolífero, gasífero, de infra-estrutura, biofarmacêutica e tecnologia da informação".
Em Cuba, onde aterrissa ainda nesta sexta-feira, ele se encontrará com Fidel Castro e o irmão, o presidente Raul Castro. Além de tratar assuntos comerciais, é possível que entre na pauta uma colaboração militar: os russos querem expandir seu número de bases internacionais e a costa cubana seria um local estratégico. Putin também leva um presente à ilha: o perdão de cerca de 35 bilhões de dólares ou 90% da dívida de Cuba. Os outros 10% serão pagos em dez anos e reinvestidos em no país..
Crise ucraniana e BRICS
A crise na fronteira da Rússia com a Ucrânia pode entrar na agenda de discussões durante a viagem de Putin. Havana se posicionou a favor dos russos na anexação da Crimeia por Moscou. A presidente argentina, Cristina Kirchner, criticou o Ocidente por falta de critério ao condenar o referendo da Crimeia e apoiar o das Ilhas Malvinas, que Buenos Aires disputa com o Reino Unido há três décadas.
A Argentina, segunda etapa do giro do presidente, aspira integrar os Brics, bloco que reúne Rússia, China, Brasil, Índia e África do Sul. Os três últimos não se opõem à ideia, mas Putin descartou a possibilidade de expandir o grupo e sugeriu uma aliança estratégica com Buenos Aires.
No Brasil, depois da final da Copa, o líder russo deve conversar sobre a crise ucraniana com a chanceler alemã, Angela Merkel. Na segunda-feira, ele será recebido em visita de Estado pela presidente Dilma Rousseff, que não deve, no entanto, tratar abertamente do conflito na Ucrânia.
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