Angola: Rafael Marques julgado 24 de Abril na PGR à porta fechada
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Os jornalistas angolanos Rafael Marques de Morais e Mariano Brás acusados pelo antigo PGR, general João Maria de Sousa dos crimes de injúria e ultraje a orgão de soberania, serão julgados dia 24 de Abril na sede da PGR, à porta fechada e sem direito a perguntas directas ao ofendido.
A defesa do general João Maria de Sousa - que pela terceira vez não compareceu esta segunda-feira no tribunal - considerou hoje (16/04) que este "tem foro privilegiado por ser PGR jubilado", pelo que foi marcada para 24 de Abril uma audiência à porta fechada na sede da Procuradoria Geral da República, durante a qual os advogados de defesa de Rafael Marques e de Mariano Brás não poderão interrogar directamente o general, as perguntas serão apenas feitas por escrito e escolhidas pela juíza da causa Josina Falcão.
Rafael Marques, jornalista angolano de investigação
Ambos são acusados de injúria contra a autoridade pública e ultraje a orgão de soberania, de acordo com a Lei de Crimes contra a Segurança do Estado e não da Lei de Imprensa, devido a acusações de corrupção proferidas em Outubro de 2016 no site Maka Angola de Rafael Marques, contra o então PGR João Maria de Sousa, num processo de aquisição em 2011 de um terreno de três hectares em Porto Amboím no Kwanza-Sul, no qual o então Presidente José Eduardo dos Santos era igualmente acusado de "apadrinhar a corrupção descontrolada" em Angola.
Rafael Marques refere que o ex procurador João Maria de Sousa, que apresentou queixa contra os jornalistas, agora o impede de apresentar as suas provas, enquanto a PGR joga simultaneamente o papel de "àrbitro e de jogador", interroga-se como é que o novo PGR Helder Pitra Grós aceita que um julgamento seja efectado na sede da PGR o que "é bizarro" e acusa a justiça de ceder "aos caprichos" do general João Maria de Sousa.
De recordar que o ex PGR tinha desafiado Rafael Marques a chamá-lo de corrupto em tribunal, tendo afirmado "vamos ver até onde chega a coragem", mas por "cobardia" este furtou-se a confrontá-lo em tribunal.
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