Antigo presidente regressa a Angola após dois anos em clima de expectativa
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Observadores angolanos mostram-se expectantes com o possível regresso no dia 14 de setembro, do antigo Presidente, José Eduardo dos Santos ao país, dois anos depois de ter se deslocado a Espanha, para exames médicos de rotina. Reportagem em Luanda de Francisco Paulo.
Observadores locais revelam-se expectantes com regresso de José Eduardo dos Santos à Angola.
O activista social João Mavindele desconfia que o regresso ao país de José dos Santos pode ser uma tentativa de conciliação com o actual Presidente da República, João Lourenço, e com o seu partido, o MPLA.
Segundo Mavindele, líder da ONG Omunga, o antigo Presidente da República continua a ser uma figura que se deve ter em conta no processo de reconciliação, não obstante as suas falhas governativas.
“Independentemente do cidadão José Eduardo dos Santos ser ex-Presidente, temos que olhar na perspectiva de cidadão e ele goza dos mesmos direitos assim como qualquer um de nós. O seu regresso é bem-vindo, mas também pode significar alguma tentativa de conciliação no seio do partido, MPLA, porque estamos a falar de uma figura emblemática ao nível do seu partido e também do país."
O politólogo Olívio Kilumbo entende que, apesar do nível de crispação que se verifica no seu partido, José Eduardo dos Santos ainda é um património dos angolanos, por ser o único ex-Presidente vivo.
O também professor universitário considera que a vinda do ainda presidente da Fundação Eduardo dos Santos visa apaziguar as águas, porque, a seu ver, José Eduardo dos Santos ainda representa um ponto de equilíbrio para solucionar alguns problemas no MPLA, que realizará o seu congresso no mês de Dezembro.
Kilumbo não duvida que o Ex-presidente ainda seja uma figura que pode influenciar pela positiva ou pela negativa, visto que permanece uma voz autorizada para alguns militantes da sua organização partidária.
“José Eduardo dos Santos é um património dos angolanos, por ser o único Presidente vivo. O MPLA tem um congresso em dezembro e ele é um ponto de equilíbrio para arrumar ou desarrumar a situação. Ele é uma figura que esteve 38 anos na gestão do MPLA e do país, portanto, tem uma voz a dizer, porque pode conseguir um espaço de influência positiva tanto como pode acirrar”, alertou Olívio Kilumbo.
Desde que João Lourenço assumiu o poder, em setembro de 2017, os colaboradores e familiares de José Eduardo dos Santos foram alvo de processos judicias em Angola, sobretudo os seus filhos Isabel dos Santos e José Filomeno dos Santos.
Ouça aqui a correspondência de Francisco Paulo.
Correspondência Francisco Paulo Luanda 14 09 2021
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