Operação "Natal sem fome" denuncia degradação da situação económica no Brasil
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No Brasil, a crise económica resultante da pandemia atirou quase 20 milhões de pessoas para uma situação de insegurança alimentar grave. Essa estimativa foi feita graças a uma pesquisa de uma rede de associações que estão na dianteira na luta contra a fome. Neste domingo, foi lançada no Rio de Janeiro a campanha nacional de arrecadação "Natal Sem Fome".
Empurrando carrinhos de compras vazios, os voluntários da ONG "Acção de Cidadania" percorrem a avenida Atlântica em Copacabana. Eles querem chamar a atenção sobre o agravamento da fome no Brasil, numa situação de retrocesso económico.
A inflação atingiu quase 10% nos últimos 12 meses e a taxa de desemprego chega a quase 15%. Rodrigo "Kiko" Afonso é director da ONG "Acção de Cidadania" e, em entrevista à RFI, falou sobre a degradação da situação no país.
"O agravamento da fome vem acontecendo ano a ano desde 2016. Em 2018, chegámos a quase 10 milhões de brasileiros em situação de fome, então esse aumento já vinha acontecendo. A pandemia antecipou de talvez em um ou dois anos, mas era uma situação inevitável, na forma que estão colocadas as políticas públicas, a redução de apoio às famílias mais carentes, destruição de investimentos sociais, etc", disse o responsável da organização.
No primeiro dia da sua governação Jair Bolsonaro extinguiu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Com essa campanha, a ONG espera arrecadar 30 milhões de reais para poder levar alimentos a 600 000 famílias em todo o pais até o Natal.
Veja aqui o vídeo feito pelo nosso correspondente no Brasil Pierre Le Duff:
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