Cabo Verde: 800 trabalhadores da Frescomar em risco de serem despedidos
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Cerca de 800 trabalhadores da fábrica de transformação de pescado Frescomar, na ilha de São Vicente, estão em risco de serem despedidos até ao final do mês. A denúcia é da União Nacional dos Trabalhadores Cabo-verdianos, Central Sindical.
Cerca de 800 trabalhadores da fábrica de transformação de pescado Frescomar, na ilha de São Vicente, estão em risco de serem despedidos até ao final do mês. A afirmação foi feita pela secretária-geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida que afirma que em causa está a não assinatura do Acordo de Derrogação das Normas de Origens entre Cabo Verde e a União Europeia.
Caso o Acordo de Derrogação das Normas de Origens entre Cabo Verde e a União Europeia não seja renovado, a indústria de conservas de pescado, a Frescomar, na ilha de São Vicente, poderá despedir 800 trabalhadores até ao final deste mês, a informação foi avançada em conferência de imprensa, pela secretária-geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida
“A Frescomar está na iminência de despedir 800 trabalhadores. Em causa está a não assinatura do Acordo de Derrogação das Normas de Origens entre Cabo Verde e a União Europeia. Há 5 meses, Cabo Verde entregou o dossier do acordo de derrogação e até o momento a situação continua indefinida e a fábrica não pode continuar com a linha de produção sem poder exportar os seus produtos. O Governo tem necessariamente que tratar desse delicado dossier, de modo a evitar essa catástrofe laboral, que poderá acontecer já no final deste mês” disse Joaquina Almeida.
A RFI contactou o ministro da Economia Marítima, Paulo Veiga, que garantiu que “o Governo tem dado maior atenção a este dossier, tem estado em contacto com as autoridades da União Europeia e o pedido decorre dentro da normalidade imposta pela Covid-19”. Antes do fim de Janeiro o executivo conta ter uma posição da União Europeia sobre a excepção de exportação de peixes não originários de Cabo Verde que tem dado ao país.
Há mais de dez anos que a União Europeia concede a Cabo Verde uma derrogação às regras de origem estabelecidas no Regulamento (CEE) n.° 2454/93 permitindo que se considere como tendo origem em Cabo Verde certos produtos da pesca produzidos em Cabo Verde a partir de peixes não originários do país”.
“A derrogação serve para dar a Cabo Verde o tempo suficiente para se preparar para o cumprimento das normas em matéria de obtenção da origem preferencial.” Como tem avançado a UE, "é preciso tempo para assegurar que os esforços de revitalização da frota de pesca local continuam e que Cabo Verde, deste modo, melhora a sua capacidade de fornecer o sector local de transformação das pescas com peixe originário deste país” concluiu.
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