Críticos aprovam filmes sobre dificuldades financeiras
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Em tempos de crise, a esperança é a última que morre nas histórias contadas por dois filmes franceses recém-lançados no país. Críticos dos principais jornais da França deram notas altas para "Une vie meilleure", do diretor Cédric Kahn, e "Louise Wimmer", de Cyril Mennegun.
O famoso "jeitinho brasileiro" se torna universal com a crise econômica e está presente no dia-a-dia dos personagens principais das duas produções que chegaram aos cinemas da França nesta quarta-feira.
Os atores queridinhos dos franceses Guillaume Canet e Leïla Bekhti protagonizam "Une vie meilleure" (Uma vida melhor, em tradução livre). Os jovens Yann et Nadia se apaixonam e começam a fazer planos para abrir um restaurante em uma casa que encontraram abandonada. Mas o dinheiro não é suficiente e todo o esforço vai por água abaixo. Desesperada e sem trabalho, Nadia decide partir sozinha com destino a Montréal, no Canadá, na tentativa de obter um salário, e deixa seu filho de 9 anos com seu companheiro, que da noite para o dia vira pai adotivo. "Estamos na merda, mas não quero ladrões", grita Yann quando descobre que o garoto roubou um par de tênis em uma loja.
Para o jornal Le Monde, o diretor do filme quis mostrar o retrato de uma sociedade que propõe como modelo o sucesso individual. "Este é um filme que dá um embrulho no estômago, mas que não deixa de transmitir uma mensagem de esperança", diz a crítica de Le Parisien.
Lançado no mesmo dia, o filme "Louise Wimmer" traz pela primeira vez em um grande papel a atriz Corinne Masiero. Depois de uma separação dolorosa com o seu marido, a personagem que dá nome à ficção passa a viver dentro de um carro, às vésperas de completar 50 anos. Ela esconde da família que trabalha como empregada e passa o resto do tempo tentando uma ajuda financeira do governo para conseguir um apartamento.
"A personagem não abre mão da sua dignidade até o fim. Louise é um exemplo brutal dos 'novos pobres' que trabalham mas não podem pagar um aluguel", escreve a revista Pariscope. "Tudo no cotidiano de Louise gira em torno da negociação. O filme descreve minuciosamente as nuances das humilhações pelas quais ela tem que passar em sua existência à deriva", completa o jornal Libération.
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