HSBC vai encerrar atividades no Brasil e cortar 50 mil empregos
O HSBC anunciou nesta terça-feira (9) um vasto plano de reestruturação mundial que prevê a supressão de mais de 50 mil empregos. O gigante do setor bancário, envolvido em escândalos financeiros e afetado por multas e lucros em queda, vai orientar seus negócios para a Ásia.
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O maior banco europeu prevê demitir cerca de 10% de seu efetivo, entre 22 mil a 25 mil pessoas, segundo o novo plano estratégico divulgado em seu site. Outros 25 mil postos devem ser suprimidos com o fim das operações do banco na Turquia e no Brasil.
No epicentro de um escândalo global de evasão de divisas, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro, o HSBC emitiu uma nota anunciando o plano, que prevê cortar entre US$ 4,5 e US$ 5 bilhões por ano em custos operacionais até 2017. Milhares de empregos também serão deslocados para países onde o custo da relação mão-de- obra/qualidade é mais barato. No período de reestruturação, o banco deverá gastar cerca de US$ 4,5 bilhões.
“Presença” no Brasil
O banco, criado em 1865 e que emprega atualmente 266 mil pessoas em todo o mundo, anunciou que encerrará suas operações turcas por completo, mas deve manter "uma presença" para seus grandes clientes corporativos brasileiros.
A ideia é redirecionar as operações para a Ásia, em especial ao sul da China e ao sudeste do continente, onde países como Indonésia, Malásia, Cingapura e Filipinas exibem taxas de crescimento econômico em torno de 4% ao ano. A instituição diz que pretende "captar oportunidades de crescimento futuro e se adaptar às evoluções estruturais".
Com o plano, é possível ainda que o HSBC (acrônimo para Hong Kong and Shanghai Bank Corporation), atualmente baseado em Londres, mude sua sede por conta da regulação e da taxação britânicas. Analistas acreditam que o destino deverá ser Hong Kong. A decisão poderá ser tomada até o final deste ano, após a conclusão de estudos.
Acordo na Suíça
O anúncio é feito cinco dias depois de o procurador de Genebra ter confirmado o encerramento de uma investigação por suposta lavagem de dinheiro, depois de fechar um acordo com o banco HSBC- Suíça para o pagamento de uma multa de CHF 40 milhões (€38 milhões). O processo foi aberto em fevereiro para investigar suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo o banco no caso chamado SwissLeaks, um amplo escândalo de fraude fiscal e lavagem de dinheiro.
O HSBC também foi obrigado a pagar bilhões de euros em multas e indenizações em vários países, principalmente nos Estados Unidos e no Reino Unido. Os pagamentos de somas colossais tiveram um forte impacto no lucro líquido do grupo, que teve uma queda de 15% no ano passado.
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