Europa/Energia

Tragédia no Japão leva ministros europeus a questionarem energia nuclear

O comissário europeu responsável pela energia, Günther Öttinger
O comissário europeu responsável pela energia, Günther Öttinger ec.europa.eu

A situação no Japão trouxe à tona a questão dos riscos das usinas nucleares no mundo, onde a França é o segundo país com o maior número de centrais nucleares. Em meio às ameaças de vazamento radioativo, ministros de Energia europeus e especialistas da indústria nuclear se reúnem nesta terça-feira, em Bruxelas, para debater o assunto.

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O bloco europeu vai discutir as possibilidades dos seus 27 países membros passarem a utilizar outra forma de energia, segundo declaração do comissário europeu responsável pela Energia, Günther Öttinger. Depois dos incidentes ocorridos nas usinas nucleares japonesas nos últimos dias, governantes de diversos países passaram a questionar a utilização da energia atômica.

Nesta segunda-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, decidiu suspender um acordo que prolongaria a vida útil dos reatores alemães.

Na Suíça, a ministra Doris Leuthard decidiu suspender o processo de susbstituição de três das cinco centrais nucleares do país.

Na Grã-Bretanha, o governo solicitou um relatório detalhado sobre os problemas que os japoneses estão enfrentando e as lições a tirar desse evento.

Na França, segundo mundial em centrais nucleares, os ecologistas pedem o abandono dessa tecnologia. O deputado Daniel Cohn-Bendit, pediu um referendo sobre o tema. Bélgica, Itália e Polônia também questionam o assunto.

Investimento suspenso

A preocupação ultrapassa o continente europeu e chega ao maior produtor de energia nuclear do mundo, os Estados Unidos. O governo de Barack Obama, que já havia anunciado um investimento de US$8,3 bilhões para construir novas centrais, decidiu suspender a proposta para refletir.
Já o Chile, que se situa em área de risco sísmico, estuda se deve ou não adotar a energia atômica. O ministro de energia chileno, Laurence Golborne, disse que, por enquanto, pretende observar como as autoridades japonesas irão administrar a crise.

Depois da catástrofe de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, o maior acidente nuclear da história, diversos países reduziram suas produções, porém, anos depois, a energia nuclear voltou a ser bastante utilizada no mundo.

 Bruna Sá, em colaboração para RFI

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