Líbia e crise de Portugal na agenda da cúpula dos líderes europeus
Os chefes de estado e de governo dos 27 países que compõem a União Europeia iniciam nesta quinta-feira um encontro de dois dias em Bruxelas com duas graves crises na mesa de discussões. Os líderes devem avaliar a intervenção militar na Líbia, que é conduzida pela França e o Reino Unido, mas é contestada pela Alemanha, e a crise política e financeira em Portugal, agravada pela demissão do primeiro-ministro José Sócrates.
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O premiê português, que pediu demissão depois de o parlamento em Lisboa rejeitar um novo pacote de medidas para reduzir o déficit público do país, participa da reunião em Bruxelas. José Sócrates vai continuar cumprindo suas funções até o presidente Aníbal Cavaco Silva definir com os partidos portugueses um substituto ou a convocação de eleições antecipadas.
No plano econômico, os europeus e o FMI se preparam para socorrer financeiramente Portugal, como já fizeram com a Grécia e a Irlanda. Esse novo resgate de emergência corre o risco de apagar todos os esforços feitos até agora para evitar endividamentos excessivos nos países do bloco.
Os líderes devem aprovar em Bruxelas o "Pacto para o Euro". O plano cria um fundo de apoio financeiro permanente, que exigirá mudanças no Tratado Europeu, e um programa de reformas econômicas de contenção de gastos e de salários na Europa. Há dez dias, os dirigentes da União decidiram aumentar para 440 bilhões de euros a capacidade de empréstimo do fundo de estabilização do euro, contra 250 bilhões atualmente, além de alimentar em 500 bilhões de euros, cerca de R$1,7 trilhão, o mecanismo permanente.
Em protesto contra esse remédio amargo que os europeus terão de engolir, milhares de pessoas participam de uma manifestação nas ruas de Bruxelas. O protesto contra o "Pacto para o Euro" é organizado por sindicatos belgas e de outros países europeus.
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