Costa Concordia chega ao porto de Gênova para ser desmontado
A carcaça enferrujada do Costa Concordia chegou na manhã deste domingo (27) ao seu destino final, o porto de Gênova, dois anos e meio após o naufrágio que deixou 32 mortos na ilha de Giglio. As manobras para amarrar o navio vão durar várias horas. Depois, o transatlântico começará a ser desmontado, em uma operação prevista para durar dois anos.
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A carcaça do Costa Concordia, duas vezes maior que o Titanic, entrou no porto de Gênova depois de percorrer sem incidentes o trajeto de 280 quilômetros do local do naufrágio. Depois de ser erguido e voltar a flutuar numa operação complexa, na semana retrasada, o transatlântico foi rebocado durante quatro dias sem causar poluição no mar, uma das grandes preocupações das autoridades. Um vazamento de óleo foi controlado e os líquidos tóxicos que ainda se encontram no interior do navio não vazaram durante a viagem.
O sucesso das manobras é celebrado pelas autoridades italianas e pela Costa Cruzeiros, que investiu R$ 4,5 bilhões no desencalhe do navio.
O ministro do Meio Ambiente italiano, Gian Luca Galletti, declarou que "tudo deu certo". "Hoje não é um dia de festa. O naufrágio foi um drama para as vítimas e para a ilha de Giglio. Mas esta manobra nos ensina que é possível realizar operações de grande valor em termos econômicos e de empregos, respeitando o meio ambiente", afirmou o ministro.
O desmantelamento do Costa Concordia dará um novo impulso aos estaleiros de Gênova, que já foi uma potência marítima, além de criar empregos locais. O primeiro-ministro Matteo Renzi também visita o porto para parabenizar a empresa sul-africana responsável pela recuperação e o reboque do navio.
Materiais serão reciclados
Nos próximos meses, o transatlântico de 114.500 toneladas será inteiramente desmontado. De 40 a 50 mil toneladas de aço poderão ser recicladas, segundo especialistas. Cabos elétricos de cobre, maquinas, móveis e estruturas de vidro também serão recuperados. Outras peças "significativas" poderão entrar no acervo do Museu Oceanográfico de Gênova.
Antes do início dos trabalhos, o navio será vistoriado porque o corpo de uma vítima ainda está desaparecido.
O Costa Concordia naufragou no dia 13 de junho de 2012 com 4.200 pessoas a bordo. O processo contra o comandante Francesco Schettino continua aberto. Ele é acusado de homicídio culposo, por ter feito uma manobra arriscada e desnecessária, e por ter abandonado o navio sem dar assistência aos passageiros. Novas audiências deverão ocorrer até dezembro deste ano.
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