França quer recompensar as pessoas que trabalham durante o confinamento
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O discurso pode parecer contraditório: as autoridades francesas pedem aos cidadãos para ficarem em casa, e simultaneamente pedem a certas categorias para irem trabalhar, isto para que as lojas, bem como o sistema de saúde continuem a funcionar.
A França vive dias complicados com o aumento sucessivo do número de mortos e de novos casos de coronavírus.
Para tentar controlar a propagação da epidemia, as autoridades francesas pedem à população para ficar em casa, e sairem apenas para trabalhar, se é impossível trabalhar a partir de casa, para fazer compras de primeira necessidade, para ir à farmácia ou a uma consulta médica, para sair o cão, ou ainda para a prática desportiva individual.
A população na sua maioria segue as regras, outros preferem arriscar-se a infringir a lei, e outros têm, mesmo, a obrigação de ir trabalhar.
Foi sobre este último ponto que o Ministro da Economia, Bruno Le Maire, se pronunciou nesta sexta-feira 20 de Março.
Muitos empregados, com medo e apreensão do novo coronavírus, gostariam de ficar em casa e não correrem risco para a sua saúde. Ora o país precisa de continuar a funcionar sobretudo que as pessoas que estão confinadas precisam de comida, de medicamentos e de equipas médicas se o estado de saúde se deteriorar.
Para convencer as pessoas a irem trabalhar sobretudo na indústria agro-alimentar, nos supermercados e nos hospitais, a França pede às empresas privadas para oferecer uma compensação financeira aos trabalhadores, e para as empresas públicas, como os hospitais, uma ajuda global foi desbloqueada para compensar as equipas médicas.
«Todas as empresas têm acordos para darem compensações, é o caso de quase todas as grandes empresas. Elas podem dar uma compensação que não será sujeita a impostos, que não custa mais à empresa do que aquilo que vai dar, isto até 1000 euros. Sem encargos, sem custos sociais. Têm até ao 30 de Junho para o fazer. Eu incito todas as Federações, todas as grandes empresas, que têm acordos para oferecerem essas compensações, sobretudo em sectores vitais como a indústria agro-alimentar e dos supermercados a darem essa compensação aos empregados. Empregados que têm a coragem de ir trabalhar, e muitos deles vão trabalhar com medo porque acham que estão a assumir riscos. Eles estão preocupados e temos de lhes dar repostas sobre a segurança sanitária, é por consequência legítimo que possam beneficiar dessa compensação de 1000 euros sem incidência fiscal. E também prevemos para as equipas médicas, o caso foi votado ontem, 2 mil milhões de créditos orçamentais suplementares. Isso deve servir para recompensar todas as pessoas que trabalham nos hospitais e a quem devemos hoje a vida», afirmou Bruno Le Maire.
Bruno Le Maire, ministro francês da Economia
O balanço em França do coronavírus continua elevado: 10 995 casos confirmados e 372 mortes. No mundo já se ultrapassaram os 250 mil casos e mais de 10 mil pessoas morreram.
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