FRANÇA

França: Emmanuel Macron 3 anos e uma pandemia

Presidente francês Emmanuel Macron teve múltiplos desafios a enfrentar assim que chegou ao Palácio do Eliseu, a pandemia de Covid-19 é um deles (aqui numa escola dos arredores de Paris, em Poissy, a 5 de Maio de 2020.
Presidente francês Emmanuel Macron teve múltiplos desafios a enfrentar assim que chegou ao Palácio do Eliseu, a pandemia de Covid-19 é um deles (aqui numa escola dos arredores de Paris, em Poissy, a 5 de Maio de 2020. © AFP - Ian Langsdon

A 7 de Maio de 2017 Emmanuel Macron foi eleito Presidente da República em França, mas três anos depois e em plena pandemia de Covid-19, que provocou mais de 25.000 mortos e uma crise económica sem precedentes, cuja gestão vai determinar o final do quinquénio, o ambiente não é de festa.

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A crise dos "coletes amarelos" despoletada em 2018 abalou o país e forçou o chefe de Estado a adaptar-se.

Emmanuel Macron afirmou então "nada será como dantes" mas com a pandemia do novo coronavírus Macron mudou de estratégia e afirmou a 13 de Abril "saibamos reinventar-nos, a começar por mim mesmo" prometeu, afirmando que estava pronto a tomar decisões de "ruptura", pois as prioridades são doravante outras.

Suspendeu então a reforma do contestado sistema de aposentadorias, que gerou o movimento dos coletes amarelos, para segundo ele preservar a "concórdia nacional".

A verdade é que ao evocar a solidariedade e a soberania da França, Emmanuel Macron esboçou os contornos de um novo modelo a construir depois do desconfinamento, cuja organização revelou tensões entre o Presidente e o primeiro-ministro Édouard Philippe, que segundo as sondagens é hoje mais apreciado pelos franceses do que Macron.

Após três anos de poder e uma pandemia, muitos analistas aventam a hipótese de uma eventual mudança de chefe do governo, no pós-coronavírus.

 

2020 deveria ser o ano de África em França, mas a pandemia de Covid-19 alterou tudo.

A temporada cultural África 2020 em França, prevista para arrancar dia 1 de Junho, só ocorrerá lá para o fim do ano, a cimeira África-França, agendada para entre 4 e 6 de Junho foi adiada para 2021, a visita de Emmanuel Macron à África do Sul e a Angola que deveria acontecer em finais de Maio e marcar uma nova etapa de abertura a países africanos não francófonos, foi adiada sine die.

Em contrapartida a luta contra o terrorismo no Sahel não deverá sofrer o impacto da crise sanitária, pois tudo indica que se mantém a cimeira do G5-Sahel agendada para 29 e 30 de Junho em Nuakchot, como reiterou o Presidente Macron na sua entrevista à RFI a 15 de Abril, mas é cedo para dizer se a operação Barkhane continuará nos mesmos moldes.

Emmanuel Macron: presidente francês há 3 anos

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