Líderes do G8 discutem crise na Líbia em Paris
Os representantes dos oito países mais industrializados do mundo reúnem-se nesta segunda e terça-feira e esperam chegar a uma posição comum sobre a crise na Líbia e a possível criação de uma zona de exclusão aérea no país.
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O encontro terá a participação dos representantes de praticamente todos os membros do Conselho Permanente de Segurança das Nações Unidas, com exceção da China, além da Itália, Alemanha, Canadá e Japão, que integram o bloco. Os países ocidentais estão divididos em relação à criação de uma zona "no fly" ou o fornecimento de armas para a oposição. Reunidos em Bruxelas no fim-de-semana, os líderes europeus também não chegaram a um acordo.
O encontro em Paris será a ocasião, por exemplo, de discutir com o chanceler Serguei Lavrov a posição da Rússia, reticente a uma intervenção. Moscou é contra uma operação ocidental, mas votou no final de fevereiro a favor de uma resolução das Nações Unidas impondo sanções contra regime de Kadafi. Por enquanto, apenas a França e a Grã-Bretanha são favoráveis à iniciativa. Os Estados Unidos, por enquanto, não anunciaram sua posição, mesmo que o presidente Barack Obama, tenha, diversas vezes, condenado os ataques das forças pro-Kadafi contra alvos civis.
O governo francês se antecipou e foi o primeiro a reconhecer o Conselho Nacional de Transição como único representante legítimo do povo líbio. O chanceler Alain Juppé também declarou neste domingo que iria "acelerar os esforços" para estabelecer a zona de exclusão aérea, principalmente depois do apelo feito pela Liga Árabe no sábado, pedindo uma ação da ONU.
A secretária de estado norte-americana Hillary Clinton, que chegou na manhã desta segunda-feira a Paris, deve se encontrar com Mahmoud Jibril, representante do Conselho de Transição na Líbia. Para Jean Pierre Maulny, do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas, uma intervenção teria sido mais eficiente no momento em que os rebeldes do leste e oeste tomaram várias cidades. As forças de Kadafi iniciaram hoje a ofensiva na região próxima a Ajdabiya, a 160 quilômetros de Benghazi, reduto dos rebeldes, e estão retomando aos poucos o controle do país, apesar das sanções. Além disso, Obama não estaria disposto a entrar mais uma guerra, além do Iraque e do Afeganistão.
Além da situação na Líbia, os representantes do G8 também devem discutir assuntos os conflitos regionais na Somália, na Costa do Marfim e no Sudão, além do impasse no Oriente Médio. A mobilização internacional após o terremoto que atingiu o Japão também deve fazer parte dos temas da reunião.
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