Pressionado, premiê francês reembolsa viagem feita com filhos em avião oficial
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, anunciou nesta quinta-feira (11) que pretende reembolsar parte dos gastos da viagem feita com seus filhos em um avião oficial para assistir à final da Liga dos Campeões em Berlim. O episódio provocou uma onda de críticas, mesmo se o chefe do governo garante que sua estadia na capital alemã também incluiu uma reunião com dirigentes da Uefa.
Publicado a: Modificado a:
Manuel Valls afirmou que pagará ao Estado € 2.500, correspondentes às passagens dos dois filhos que o acompanharam a Berlim em um avião do governo para assistir à final da Liga dos Campeões. O premiê afirmou que está atento à reação dos franceses e que, como chefe de governo, deve ter um comportamento exemplar. "Se pudesse voltar atrás, não faria novamente. E para acabar com qualquer dúvida, decidi assumir o custo da viagem dos meus dois filhos", anunciou Valls, numa tentativa de acabar com a polêmica.
O valor do reembolso corresponde à tarifa média de um voo comercial de ida e volta entre Poitiers (centro da França), onde estava o primeiro-ministro, e Berlim. Segundo uma fonte governamental, o custo total da viagem do chefe de governo oscilaria entre € 12.000 e € 15.000.
O caso abalou a imagem de integridade do premiê para a opinião pública francesa. Valls, de origem catalã e torcedor do Barcelona - que venceu a Juventus de Turim por 3-1 na final da Liga dos Campeões -, afirmou que fez uma viagem de trabalho e para passear. O chefe do governo justificou a estadia mencionando uma reunião com o presidente da Uefa, Michel Platini, no estádio de Berlim.
Reações
O ministro francês das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, reagiu imediatamente ao anúncio, dizendo que a decisão de Valls é sábia. O chanceler, no entanto, insinua que o episódio foi uma falha na comunicação do premiê.
A oposição foi mais severa, e estima que a resposta do chefe do governo não foi suficiente. “O reembolso das passagens dos filhos não basta. Ele tem que reconhecer seu erro e pagar sua própria passagem, pois essa viagem não tinha nenhuma razão de ser”, declarou Sébastien Huyghe, porta-voz da partido Republicano, o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy. (Com informações da AFP)
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro