Dançarinas do cabaré Crazy Horse, em Paris, entram em greve
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Pela primeira vez em sua história, as dançarinas do famoso cabaré parisiense Crazy Horse, fundado há 60 anos, entraram em greve. Elas exigem aumentos salariais e cancelaram os espetáculos da terça-feira e de ontem à noite.
O famoso cabaré parisiense Crazy Horse, conhecido pelos espetáculos sensuais de dança, enfrenta uma greve inédita desde terça-feira. Declarando estarem cansadas de reclamar, as dançarinas do Crazy Horse decidiram cruzar os braços. “Há anos pedimos mais consideração. Nosso salário não leva em consideração a nossa carga de trabalho e a nossa nudez”, explica a representante sindical das dançarinas Suzanne Durand, que adota o nome artístico de "Liv mee not".
As grevistas explicam que trabalham 5 a 6 dias por semana e ganham, em média, 2 mil euros (R$ 5 mil) por mês. “Esse é o salário mais baixo da categoria em Paris”, dizem as dançarinas. A dançarina Zonnie Rogenne, 22, trabalha há 3 anos no Crazy Horse e diz que o glamour dos shows de strip-tease não tem nada a ver com o cotidiano das trabalhadoras. “A direção adora nos exibir em reportagens e dizer que somos jóias, objetos de desejo escolhidos cuidadosamente. Gostaríamos que os salários refletissem essa reputação”.
Os espetáculos atraem uma clientela formada, principalmente, por turistas estrangeiros. O ingresso mais barato custa 85 euros (R$ 216) e os preços para um jantar seguido por um show custam até 215 euros (R$ 546). Criado em 1951, o Crazy Horse procura se diferenciar dos concorrentes parisienses Moulin Rouge e Lido pelo uso de iluminação direta no corpo das dançarinas seminuas. Coreografias ousadas e assessórios luxuosos fazem a fama do cabaré.
A presença de personalidades convidadas também é outra estratégia. Pelo palco do Crazy Horse, já passaram a rainha do strip-tease Dita von Teese. Atualmente, está em cartaz uma espatáculo que traz a colaboração do designer de sapatos de luxo Christian Louboutin. As dançarinas grevistas afirmam que a direção da casa não cede nas negociações. A direção da casa noturna não fez comentários sobre a greve.
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