François Hollande "marca território" na estreia em reunião da União Europeia.
A estreia do presidente François Hollande no encontro informal de líderes da União Europeia é o destaque da imprensa francesa nesta manhã. O novo presidente francês fez questão de marcar "território" e ficou claro que o confronto entre a França e a Alemanha de Angela Merkel está aberto.
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Para o jornal econômico Les Echos, o balanço da reunião de ontem em Bruxelas mostra que os europeus estão unidos sobre a importância de lançar estratégias de crescimento para o bloco. Outro ponto pacífico: a Grécia deve permanecer na zona do euro, mas o presidente francês reiterou que o país deve respeitar os compromissos já assumidos. O jornal cita ainda o rumor que de que comitê do eurogrupo estuda um plano de saída da Grécia da moeda única europeia. Um boato desmentido em uníssono pelos líderes europeus.
Mas o discurso afinado e consensual termina quando o assunto são os eurobônus. A França voltou a colocar na mesa a proposta. Para Hollande, a emissão de títulos da dívida comum na zona do euro deveria ser a próxima medida de integração econômica na União Europeia. Mas, como destaca o Figaro, a chanceler alemã é contrária a esse projeto. Para Merkel, uma emissão conjunta neccessitaria uma coordenação econômica muito mais forte.
O correspodente do jornal na Alemanha afirma que a imprensa local vê Hollande como o retorno da arrogância francesa. E a insistência da França na questão dos eurobônus é a prova disso. Jornais conservadores alemãs lamentam o fim do casal Merkozy, nome dado à dupla formada por Angela Merkel e pelo ex-presidente francês Nicolas Sarkozy. O jornal de direita avalia que os atritos entre o novo governo francês e a Alemanha serão prejudiciais para a Europa.
O jornal de esquerda Libération também destaca as divergências enntre Merkel e Hollande, mas não adota um tom de lamento. O Libé revela que a delegação alemã fez tudo para evitar que o assunto dos eurobônus fosse discutido. Para Merkel, a emissão de títulos europeus não é uma solução para o crescimento, mas algumas vozes no governo de Merkel dizem que a Alemanha poderia endossar o projeto se o tratado orçamentário for adotado. Ou seja, Hollande e Merkel não estão em clima de lua de mel, mas a convivência pode não ser tão dramática.
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