Jornalista francês libertado pelas FARC é recebido por Hollande em Paris
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O jornalista francês Roméo Langlois chegou na manhã desta sexta-feira em Paris, depois de passar 33 dias em poder das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), no sul da Colômbia. O correspondente do canal France 24 desembarcou no aeroporto de Roissy-Charles de Gaulle pela manhã. Em entrevista coletiva, ele reafirmou que foi bem tratado pela guerrilha. Do aeroporto, Langlois seguiu com a família para o Palácio do Eliseu.
François Hollande recebeu Langlois durante meia hora. Depois, para os jornalistas, o presidente garantiu que a libertação do repórter não teve qualquer tipo de contrapartida com os sequestradores. Hollande confirmou também que o jornalista lhe entregou uma carta da guerrilha, na qual as FARC lançam um apelo aos "países amigos" para que ajudem a conseguir uma saída negociada para o conflito na Colômbia.
O texto traz também "desculpas públicas" do grupo, por ter classificado o jornalista como "prisioneiro de guerra". Langlois lembrou que esta é a primeira vez que os paramilitares se desculpam publicamente e acrescentou que é "muito importante que as FARC especifiquem que a imprensa não é um inimigo". E pediu aos colegas que "continuem a cobrir esse conflito, cada vez mais esquecido".
Em entrevista coletiva concedida ontem, em Bogotá, Roméo Langlois se disse vítima de um "golpe midiático": "Na verdade, o que as FARC querem é publicidade. É mostrar que, ao contrário do que diz a imprensa, eles continuam lá na selva, preparados, combatendo".
Parte da direita colombiana, incluindo o próprio ex-presidente Álvaro Uribe, acusou o jornalista de "simpatia" com a guerrilha. Em sua página no Twitter, Uribe escreveu que "uma coisa é a curiosidade do jornalista, outra é a identificação com o terrorismo".
Langlois rebateu as críticas, dizendo que sua relação com o grupo armado é estritamente "profissional". Mas lembrou que é importante compreender o apoio que os guerrilheiros recebem da população de determinadas regiões afastadas, "onde não há estradas, nem hospitais, nem comida".
Langlois declarou também ter a impressão de que "as FARC querem a paz, mas não qualquer paz. Eles podem sustentar os combates por mais 50 anos".
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