Copa do Mundo se transformou em "Copa América", diz Le Monde
Publicado a: Modificado a:
O "Le Monde" deste fim de semana destaca mais uma vez Copa do Mundo e lembra que a metade das equipes qualificadas para as oitavas de final são do continente americano. Além disso, nenhum time europeu até agora conseguiu vencer a Copa na região.
Para o Le Monde, o Mundial é a "Copa America". Na primeira fase do campeonato, a maior parte das equipes que se classificaram vêm da América do Sul ou da Central : Brasil, Chile, México, Colômbia, Costa Rica, Uruguai e Argentina. Além dos norte-americanos.
O jornal lembra que apenas o Equador e Honduras não conseguiram passar da primeira fase e ironiza dizendo que "a Espanha, a Itália, a Inglaterra, a Croácia, a Rússia e Portugal e pegaram a caravela de volta." Segundo o enviado especial do "Le Monde", Benoit Hopquin, mais do que uma exploração técnica e tática, o jogo Brasil x Chile e Colômbia x Uruguai, que vão inaugurar as oitavas de final, serão um aprendizado "dos costumes da região para os jornalistas europeus".
Copa é palco de rivalidades regionais, diz jornal
Ele cita como exemplo a reação do governo uruguaio à sanção imposta a Luis Suarez, expulso do Mundial depois de morder um jogador italiano. A ministra dos Esportes, Liliam Kechichian, declarou que a punição foi "desproporcional". Para o jornalista, "este é o futebol das Américas, com seus excessos, seu entusiasmo, e suas crenças pré-estabelecidas. No Brasil tem atualmente tudo isso, dentro e fora do campo. O extâse das dezenas de milhares de torcedores vindos da Colômbia, do Chile, do México, do Uruguai e da Argentina e o transe que toma conta do país em torno da seleção, fazem de cada jogo um momento de equilíbrio precário."
A Copa do Mundo, conclui, é uma espécie de "Copa América’, onde as rivalidades regionais vêm constamente à tona. "Nas calçadas dos bares, os brasileiros esperam com impaciência que a Argentina deixe o Mundial, e comemoram com muito barulho os gols das equipes alheias."
Já os argentinos, lembra o Le Monde, cantam pelas ruas que Maradona é melhor do que Pelé e os uruguaios usam camisetas com a emblemática data de 1950, ano em que a seleção uruguaia, a Celeste, foi campeã do Mundo no Maracanã na final contra o Brasil. "Essa competição tende a se exacerbar", prevê o jornal.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro