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França promete reforços na "guerra contra o coronavírus"

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou um plano de investimento significativo nos hospitais e a majoração das horas extra e bónus para os profissionais de saúde. O chefe de Estado francês apontou, ainda, o recurso ao exército para reforçar missões sanitárias. Esta quinta-feira, Emmanuel Macron participa em duas vídeo-conferências: uma cimeira do G20 e um Conselho Europeu em busca de respostas contra a pandemia que contaminou mais de 480 mil pessoas no mundo e deixou quase 22 mil mortos.

Presidente francês Emmanuel Macron no hospital de campanha militar em Mulhouse. 25 de Março de 2020.
Presidente francês Emmanuel Macron no hospital de campanha militar em Mulhouse. 25 de Março de 2020. REUTERS - POOL
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A França quer intensificar as armas na "guerra contra o coronavírus". Esta quarta-feira à noite, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou um plano de investimento significativo nos hospitais, a majoração das horas extra e bónus para os profissionais de saúde, assim como o recurso ao exército para reforçar missões sanitárias, nomeadamente o transporte de equipamentos e de doentes com Covid-19. 

Esta é a resposta de Emmanuel Macron às criticas do sector hospitalar que continua a lamentar a falta de meios para combater o vírus e que estava em greve há mais de um ano para denunciar a falta de equipamento, pedir aumento de salários e a melhoria das condições de trabalho. Entretanto, vários médicos recorreram ao Conselho de Estado para denunciar a má gestão na administração do stock de máscaras.

"Após esta crise, um plano significativo de investimentos e de revalorização das carreiras vai ser lançado para os hospitais", afirmou Emmanuel Macron, depois de uma visita ao hospital militar de campanha de Mulhouse, um dos pontos críticos em França. O presidente francês lembrou, também, que já morreram médicos em França devido a esta doença.

O chefe de Estado francês também disse que esta sexta-feira se vai encontrar com os parceiros sociais para responder às perguntas de todos os trabalhadores "em segunda linha", ou seja, os trabalhadores do sector alimentar, das entregas e dos serviços de limpeza.

"Pedi ao governo para dar uma resposta clara e forte a curto prazo para o conjunto do pessoal de saúde e o total dos funcionários mobilizados. E isto por forma a que se aumente o tarifário das horas extraordinárias e se atribua uma compensação excepcional em sinal do reconhecimento da nação. De forma mais global, o pessoal de saúde que batalha hoje para salvar vidas lutou ontem, muitas vezes, também para salvar os hospitais e a nossa medicina. Muito foi feito, porém, sem dúvida, não com a celeridade e a firmeza devidas. O compromisso que agora assumo em prol deles e de toda a nação é a implementação, após esta crise, de um plano massivo de investimentos e de valorização do conjunto das carreiras que construiremos em prol do sector hospitalar. É o que lhes devemos e o que devemos à nação. Esta resposta há-de ser profunda e de longa duração", declarou Emmanuel Macron.

Emmanuel Macron, Presidente francês

Em França, 1.331 pessoas morreram vítimas do Covid-19 e há mais de 3.000 pacientes em reanimação. Registou-se, também, a primeira morte de um guarda republicano. De acordo com o Insee, o Instituto Francês de Estatísticas, a perda de actividade económica está avaliada em 35% e se a quarentena, iniciada a 17 de Março, perdurar dois meses o PIB vai perder 6 pontos.

 

Esta quinta-feira, Emmanuel Macron participa em duas vídeo-conferências, nomeadamente uma cimeira do G20 e um Conselho Europeu em busca de respostas coordenadas contra a pandemia que contaminou mais de 480 mil pessoas no mundo e deixou quase 22 mil mortos. Os líderes do G20, ou seja os 8 países mais industrializados do mundo mais a Espanha, Jordânia, Singapura e Suíça reúnem-se para procurar respostas económicas para a crise.

Por outro lado, os chefes de Estado e de governo dos 27 membros da União Europeia juntam-se para responder, a curto prazo, à emergência sanitária e, a longo prazo, à crise económica e social que se começa a fazer sentir. Entre as possibilidades em cima da mesa está a criação de um centro europeu de gestão de crises e a criação de um mecanismo de mutualização das dívidas chamado "coronabonds". O apelo para uma maior solidariedade financeira foi novamente lançado ontem por nove países, nomeadamente a França, Itália, Espanha, Grécia, entre outros, mas enfrenta a oposição de parceiros como a Alemanha e a Holanda.

Entretanto, nos Estados Unidos, republicanos e democratas no Senado chegaram a acordo para um plano de resgate no valor de 22.000 milhões de dólares. O plano deve ser, primeiro, validado pela Câmara dos Representantes e visa compensar a falta de segurança social das famílias mais modestas.

Em Espanha, o governo desbloqueou 420 mil milhões de euros para comprar material à China e o balanço das vitimas mortais ultrapassa o da China (3.434 mortos).

Na Rússia, Moscovo anunciou a suspensão de todos os voos internacionais a partir desta noite.

Quase 22 mil mortos em todo o mundo

De acordo com um balanço feito pela Agência France Presse, desde que surgiu em Dezembro, o novo coronavírus  matou 21.867 pessoas em todo o mundo. Foram registados 481.230 casos de infecção em mais de 182 países e territórios desde o início da pandemia.

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