Relatório corrigido da UE sobre desinformação da China na gestão do coronavírus
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O relatório da União europeia sobre a desinformação da China na gestão do coronavírus que devia ser divulgado no dia 21 de abril acabou por ser publicado ontem no site da organização em Bruxelas. O atraso esteve relacionado com pressões de Pequim que ameaçou a UE com a arma da coopoeração sabendo que a organização europeia é a principal parceira comercial da China.
A União europeia publicou ontem no seu site o relatório sobre a desinformação da China na gestão do coronavírus, mas com algumas alterações à versão original, devido a pressões de Pequim.
O relatório esteve para ser divulgado na sua versão original no dia 21 de abril, mas teve que ser adiado devido a fugas de informação na imprensa alertando um alto representante chinês que contactou Bruxelas para dizer que se o documento fosse publicado como tal seria "mau para a cooperação".
Fontes diplomáticas citadas pela agência noticiosa Reuters identificaram o alto representante chinês como sendo, Yang Xiaoguang, do ministério dos Negócios estrangeiros, a declarar que a publicação do relatório provocaria a "ira" de Pequim acusando os europeus de quererem contentar "alguém doutro", implicitamente, Washington.
Esta questão de desinformação sobre o coronavírus tem sido foco de tensão entre Washington e Pequim.
Relatório criticava campanha mundial de desinformação da China
O relatório saiu portanto mas modificado no parágrafo que criticava a China de "organizar uma campanha mundial de desinformação para desviar as atenções sobre a propagação da epidemia e melhorar a sua imagem internacional, tácticas clandestinas verificadas".
O resumo publicado no site da UE é mais comedido atribuindo a desinformação sobre o vírus a "fontes apoiadas por diferentes governos, o da Rússia, em menor escala, e da China".
O documento menciona ainda nas suas últimas páginas "provas importantes de operações dissimuladas chinesas nas redes sociais".
A União europeia tentou assim salvaguardar a sua relação comercial com Pequim, sabendo que é a principal parceira comercial da China, com mais de mil milhões de euros de trocas bilaterais por dia.
Relatório da UE sobre gestão da informação sobre o covid-19 pela China
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