Revista de Imprensa

Polémica à volta da segunda volta das eleições municipais em França para 28 de junho

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Abrimos com o anúncio do PM francês, replicado em todas as edições online da imprensa francesa, da segunda  volta das eleições municipais em França para 28 de junho. Edouard Philippe, disse no entanto que a segunda volta das municipais terá lugar se a situação sanitária a permitir enquanto os eleitores terão de usar máscaras.

Municipais em França, coronavírus ou exército francês no Mali
Municipais em França, coronavírus ou exército francês no Mali Christophe Carmarans/RFI
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Na sua edição impressa, LIBÉRATION, titula, as muncipais o bico de obra das urnas. A segunda volta foi adiada há dois meses por causa do coronavírus e qualquer que seja a decisão do governo a polémica está garantida.  Escolhendo 28 de junho as listas terão de ser apresentadas até 2 de junho e o governo já não avança com o debate parlamentar.

Até agora não havia nenhum consenso, com os Republicanos e o PS de acordo mas com reservas sobre a data mais próxima, enquanto a França Insubmissa e a União dos democratas e independentes eram contra, tendo em conta o alto risco sanitário e a União nacional dizia ser muito cedo para se pronunciar, nota, LIBÉRATION.     

LE MONDE,  titula, emprego: sofrimento da indústria francesa. Renault, Arbus, Alstom, Arcelor... várias grandes empresas e empreitadas são sacodidas fortemente pela crise económcia ligada à pandemia. Há uma acumulação de ameaças de fecho de fábricas e mesmo de falências em numerosos sectores que já estavam fragilizados. De Belfort a Donges, Mulhouse a Marignane, LE MONDE, visitou fábricas onde os operários estão mergulhados na incerteza.

No mundo do comércio os grandes centros comerciais estão em dificuldades enquanto os bancos anunciam planos para cortar nas despesas. O pico de desepedimentos é esperado para setembro quando terminam os prazos de medidas temporárias com apoio do estado, acrescenta, LE MONDE.

Por seu lado, L'HUMANITÉ titula, grandes grupos, emprego sacrificado na mesa dos fundos públicos. RENAULT, ENGIE, AIR FRANCE… quando as ajudas públicas financiam a falência social. O exemplo de Renault, que pensa cortar postos de trabalho depois de receber um empréstimo do estado, poe em questão a reindustrialização no centro da estratégia.

Concedido um empréstimo de 5 mil milhões de euros, sem qualquer contrapartida em matéria de empregos, esse maná nao impediu que a empresa confirmasse um plano de redução das despesas de 2 mil milhões de euros, cujos detalhes serão conhecidos a 29 deste mês e este período de risco pode acelerar as reestruturações. 

Covid 19, após a crise sanitária, ameaça judiciária, titula, LE FIGARO. O governo confronta-se com uma onda de queixas. A comissão que recebe as queixas no seio do Tribunal de Justiça da República, não esperou para o fim do confinamento para analisar as queixas que já atingiram o número recorde de 71 pedidos desde o começo da quarentena. 

São autênticas espadas de Dámocles sobre as cabeças de quase todos os membros do governo, na primeira linha o próprio primeiro ministro. Ninguém escapa à ira dos cidadãos, nota, LE FIGARO. 

Pandemia na China, anexação de territórios palestinianos

No internacional, LE MONDE, escreve que após a pandemia, a China reconhece que tem de enfrentar riscos sem precedentes , com o primeiro ministro, Li Keqianq, a defender hoje no palácio do povo o relatório das actividades do governo perante a décima terceira sessão da Assembleia nacional popular. Li Keqiang, reconheceu que até ao momento ainda não acabou a epidemia e renunciou apresentar um objectivo cifrado em termos de crescimento económico do PIB. No primeirio trimestre, o crescimento teve uma quebra de 6,8 %, o que não acontecia desde o começo dos anos 90.

Há várias semanas que economistas e políticos vinham debatendo sobre a pertinência de fixar o objectivo do  crescimento para  2020 ou para 2021 o que permitiria esconder as falhas desde ano, observa LE MONDE.  

Por seu lado, L'HUMANITÉ, destaca a dignidade dos palesitinianos face à anexação programada. O Presidente Mahmoud Abbas declarou que se desvincula dos acordos com Israel e os Estados Unidos, após a decisão do governo israelita de Netanyahou violando o direito internacional e que assina a morte duma solução de dois estados, sem que esteja prevista nenhuma sanção.

 O Presidente palestiniano que ja tinha anunciado cortar relações com os Estados Unidos e Israel, pode assumir sem consequências, a sua nova ameaça?. Pode, incontestavelmente, porque a maioria dos palestinianos deseja isso, mesmo se significa dificuldades suplementares. Os israleitas, do seu lado, não querem arcar com todas as responsabildiades de segurança nos territórios que já ocupam e que exigirão mais meios humanos e financeiros, nota L'HUMANITÉ.

Enfim, em  relação ao continente africano, LE MONDE, destaca que a China aproveita-se da luta contra a pandemia para vender suas emrpesas à Africa. A pandemia é ouro sobre azul para os operadores económicos chineses que fazem donativos de materiais aos países africanos e reforçam a sua comunicação. A empresa chinesa de construções CRCC doa respiradores a Argélia, numa operação de marketing filmada e divulgada nas redes sociais.

No Mali,  a opinião pública está ao corrente sobre as camas hospitalares disponibilizadas pela empresa chinesa de engenhria hidráulica ou na África do sul, onde são visíveis os logótipos de diversas empresas chinesas de energia eólica, minas, telecomunicações ou 5G. É assim em quase todo o continente, onde a China arquitecta operações de marketing mostrando a generosidade do Estado chinês em parceria com as suas empresas em África, nota LE MONDE. 

Aliados especiais do exército francês no Mali, escreve, por seu lado, LIBÉRATION. No Sahel, perante o estado islâmico, a força francesa Barkhane, recebe o apoio de unidades antiterroristas malianas desde julho de 2019. Nas próximas semanas, o exército francês anunciará balanços inéditos particularmente elevados mas inverificáveis.

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