Guiné-Bissau: governo responde às críticas sobre o estado de calamidade
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O porta-voz do governo, Fernando Vaz, promete que, nos próximos dias, o executivo irá reunir e reavaliar o decreto que impôs medidas restritivas no âmbito do estado de calamidade para travar a doença.
Fernando Vaz respondia à onda de críticas da sociedade civil e dos partidos políticos sobre as medidas restritivas impostas para travar a propagação da doença e sobre a gestão dos fundos de covid-19.
Depois da sociedade civil, dos comerciantes e dos transportadores, o líder do Partido da Unidade Nacional, Idriça Djaló, e o coordenador do grupo-18 partidos extraparlamentares também atacaram as consequências do Estado de Calamidade em vigor.
Nesta onda de críticas surge igualmente o vice-líder da Bancada Parlamentar do PAIGC, Wasna Papai Danfa, acompanhado dos tradicionais aliados, a União para Mudança e o líder da Bancada de APU-PDBG, Marciano Indi, para exigir a abertura de um inquérito sobre a gestão dos fundos de covid-19.
"Instauro o tribunal de contas a realizar uma auditoria rigorosa sobre a gestão dos recursos financeiros obtidos pelo governo no âmbito da luta contra a covid-19. Solicitar, através da bancada parlamentar do PAIGC, a criação de uma comissão parlamentar independente para acompanhar a utilização dos 21 milhões de francos CFA", defendeu Wasna Papai Danfa.
Em resposta, o porta-voz do governo garante que nos próximos dias o executivo irá reavaliar o decreto do estado de calamidade. Fernando Vaz afirmou que o Governo está disponível para qualquer inquérito sobre a gestão dos fundos de covid-19, mas lembrou que o PAIGC é campeão em gestão danosa de fundos e aponta o exemplo.
"O maior endividamento de sempre do país no mercado de títulos da UEMOA, em 67 bilhões de francos CFA, foi um dos motivos que levou à suspensão do programa com o Fundo Monetário Internacional, constituindo também uma das heranças deixadas ao governo de Nuno Gomes Nabiam, que nunca foram pagos durante a vigência do governo do PAIGC, de Aristides Gomes", disse Fernando Vaz.
Nas últimas semanas, a Guiné-Bissau está confrontada com a circulação concomitante das variantes Eta e Delta do coronavírus. Segundo boletim informativo do alto comissariado, o número de vítimas mortais continua há dois dias em 120.
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