Moçambique: Azáfama nos mercados ao primeiro dia do estado de emergência
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Em Moçambique, o primeiro dia do estado de emergência está a ser marcado pela crescente procura de produtos alimentares nos principais mercados. No mercado informal do Zimpeto, a afluência e a azáfama foi grande.
É visível o aumento do polícia, sobretudo a camarária, e a redução do número de pessoas e de viaturas que circulam, esta quarta-feira, no centro da cidade de Maputo.
Esta é uma realidade que contrasta com a periferia da capital onde, por exemplo, no mercado grossista do Zimpeto a movimentação é grande e se verifica a especulação dos preços de produtos alimentares, de acordo com os consumidores. Apesar dos apelos ao distanciamento social para conter a Covid-19, o mercado encontrava-se cheio.
As pessoas compram mais caro porque "não têm opção", mas muitas têm de limitar as compras porque o dinheiro não chega. "Até quando?", pergunta com insistência um consumidor.
Esta situação acontece no primeiro dos 30 dias em que Moçambique observa o estado de emergência declarado para combater a pandemia causada pelo novo coronavírus.
O estado de emergência ainda não impõe limitações à circulação - só se houver um aumento exponencial de casos de infecção pelo novo coronavírus. Moçambique passa a estar, esta quarta-feira, em estado de emergência, por 30 dias, com a proibição de todos os eventos e o fecho de alguns estabelecimentos. Estas medidas juntam-se ao fecho de escolas, suspensão de vistos e desaconselhamento à aglomeração de pessoas.
O país conta oficialmente com dez casos registados de infecção pelo novo coronavírus, sem mortes, pelo que o Presidente da República, Filipe Nyusi, considera que as medidas a vigorar são proporcionais à situação.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, já infectou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil. Dos casos de infecção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
O número de mortes em África subiu para 196 nas últimas horas num universo de mais de 5.700 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.
Oiça aqui a reportagem:
Correspondência de Maputo 1/4/2020
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