Moçambique garante que Total não abandonou Cabo Delgado
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O Governo de Moçambique assegurou, esta segunda-feira, que a petrolífera Total "não abandonou" o projecto de gás natural em Cabo Delgado, apenas suspendeu as actividades "por tempo indefinido". As declarações do executivo surgem após o comunicado da petrolífera francesa que anuncia a suspensão do projecto, evocando razões de “força maior”.
As autoridades moçambicanas asseguraram esta segunda-feira que a petrolífera Total "não abandonou" o projeto de gás natural em Cabo Delgado, apenas suspendeu as actividades "por tempo indefinido".
"Quero, mais uma vez aqui, reafirmar que não houve e não há abandono da Total, o que houve foi uma suspensão das actividades, devido à insegurança que se vive na área” garantiu em conferência de imprensa o presidente do Instituto Nacional de Petróleos de Moçambique (INP), Carlos Zacarias,
Em comunicado, o grupo francês Total anunciou a suspendeu do projecto de gás no nordte de Moçambique, interrompido após o ataque jihadista no início do mês de Abril, alegando razões de “força maior”.
Esta noção jurídica é evocada para justificar o incumprimento de determinadas obrigações com factores externos.
“Tendo em conta a situação de segurança no norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique, a Total confirma a retirada de todo o pessoal ligado ao projecto Moçambique LNG no local de Afungi. Esta situação leva a Total, enquanto operadora do projecto Moçambique gás Natural Liquefeito- LNG, a declarar razões de força maior”, lê-se no comunicado.
Em declarações à AFP, um porta-voz do grupo Total explicou que a companhia não tem condições de executar o projecto, alegando a deterioração da situação de segurança.
Ainda é "muito cedo" para determinar o atraso que será imposto ao projecto, que até recentemente deveria estar operacional em 2024, "mas haverá consequências" no cronograma, confirmou o porta-voz da Total.
Esta suspensão de “força maior” permanecerá em vigor até que o Governo de Moçambique tenha restaurado a segurança e estabilidade à província "de forma verificável e duradoura".
Avaliado em 20 mil milhões de euros, o investimento do consórcio liderado pela petrolífera francesa- Total- no projecto de gás natural em Cabo Delgado é o maior investimento privado em curso no continente africano.
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