Moçambique

Moçambique: Renamo governará à força se necessário

Afonso Dhlakama, líder da Renamo em Abril 2013 na serra da Gorongosa.
Afonso Dhlakama, líder da Renamo em Abril 2013 na serra da Gorongosa. AFP PHOTO / JINTY JACKSON

 A Renamo, principal partido da oposição moçambicana vai "governar se necessário à força", nas seis províncias em que reivindica ter ganho as eleições gerais de Outubro passado.

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Afonso Dhlakama presidiu o encontro de dois dias da ala armada e de desmobilizados da Renamo que ontem terminou em Quelimane, provincia da Zambézia, do qual saíram importantes deliberações como a criação de um quartel general nesta região do centro do país, com veteranos da luta pela democracia e forças policias para  "governar e se necessário recorrer ao uso da força", nas seis províncias onde o principal partido da oposição reivindica ter ganho as eleições gerais de Outubro 2014.

Neste encontro o líder da Renamo pediu desculpas por ter assinado os acôrdos de paz de 1992 que pôs termo a 16 anos de guerra civil, bem como o do ano passado assinado com o então Presidente Armando Guebuza, pois segundo ele foi enganado pela Frelimo, partido no poder.

Afonso Dhlakama afirmou ainda que "não está interessado em dialogar com o presidente Filipe Nyusi", mas sublinhou que "nao haverá guerra armada no país", advertindo no entanto que "poderão haver actos de violência, caso a Frelimo recuse a criação de regiões autónomas e pediu ao braço armado do seu partido que o ajude a governar à força, nas autarquias provinciais que o partido pretende criar".

Quem leu a declaração final deste encontro foi Carlos Manuel desmobilizado de guerra e membro do Conselho Nacional da Renamo, que tal como o líder do partido defende a aplicação imediata das decisões tomadas.

 

Orfeu Lisboa, correspondente em Maputo

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