Síria/Protestos

Confrontos deixam dezenas de mortos em protestos na Síria

Mais de 10 mil pessoas saíram às ruas na cidade de Banias.
Mais de 10 mil pessoas saíram às ruas na cidade de Banias. Reuters

Pelo menos 80 pessoas morreram vítimas de tiros da polícia durante manifestações contra o governo em várias cidades da Síria. Dezenas de milhares de sírios saíram às ruas nesta sexta-feira no país, apesar dos anúncios feitos na véspera pelo presidente Bachar Al Assad, que aboliu o estado de emergência em vigor desde 1963. Representantes da França, Inglaterra e Estados Unidos criticaram o uso da violência pelas forças de Damasco. 

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Apesar do fim do estado de emergência, que proibia a realização de manifestações na Síria, a polícia atirou contra os manifestantes em várias cidades do país nesta sexta-feira, matando, segundo os últimos balanços divulgados pelas organizações militantes e as associações de direitos humanos, mais de 80 pessoas. Esse já está sendo considerado como um dos dias mais sangrentos desde que os protestos começaram em 15 de março. Dezenas de pessoas também foram feridas durante os confrontos com as forças de ordem.

Segundo as autoridades sírias, a polícia usou apenas bombas de gás lacrimogêneo e canhões de água para conter os manifestantes. A agência oficial de notícias do país informa que houve feridos, mas não fala do número de mortos. No entanto, segundo testemunhas e militantes, apenas em Ezreh, na província de Deraa, 14 pessoas foram assassinadas nesta sexta-feira. Outras vítimas fatais também teriam sido registradas em Douma, Barzeh, Harasta, Lattaquié, Maadamiya, Homs, Hirak e Hama.

Cerca de 10 mil pessoas manifestaram no centro de Deraa, mais de 5 mil saíram às ruas em Qamishli, e outras 10 mil protestaram em Banias, no noroeste do país. Na cidade de Zabadani, a apenas 50 km de Damas, 3 mil manifestantes pediram a queda do governo. Um pequeno protesto, com cerca de 200 pessoas, também foi registrado na capital.

Reação internacional

A comunidade internacional reagiu à onda de violência na Síria. William Hague, o chefe da diplomacia britânica, declarou que a morte dos manifestantes é algo inaceitável. Nos Estados Unidos, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, pediu que a violência cesse no país. O ministério francês das Relações Exteriores também pediu às autoridades sírias que implementem reformas e que “renunciem ao uso da violência contra seus cidadãos”.

Na quinta-feira, o presidente Bachar Al Assad promulgou três decretos cumprindo algumas das promessas feitas para tentar acalmar os manifestantes, entre elas o fim do estado de emergência, em vigor no país há 48 anos. No entanto, a oposição considera que as medidas anunciadas não foram suficientes.

Segundo a Anistia Internacional, mais de 220 pessoas já foram mortas no país desde que os protestos começaram em meados de março.
 

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