Americanos e japoneses unidos em Pearl Harbour
Publicado a: Modificado a:
O presidente dos Estados Unidos e o primeiro-ministro do Japão recolheram-se juntos, de forma inédita, em Pearl Harbour, em Honolulu, no Hawai. Tinham morrido 2 400 soldados americanos no ataque desencadeado pelo Japão há 75 anos atrás.
Shinzo Abe, primeiro-ministro nipónico, apresentou condolências pelo ocorrido sem, todavia, pedir desculpas.
Eis, em substância, a tradução de um extracto da sua intervenção em Pearl Harbour:
"Quero endereçar os meus sinceros e eternos pêsames pelas almas de todos quantos aqui morreram, pelos espíritos de todos os homens e mulheres cujas vidas foram tomadas pela guerra que começou exactamente neste local, bem como aos inúmeros inocentes que pereceram nesta guerra.
Nunca mais deveremos repetir os horrores desta guerra. Este é o voto solene que o povo japonês formulou.
A nossa aliança deverá permitir enfrentar com mais força que nunca os inúmeros desafios que abalam o planeta.
É esta aliança de esperança que nos há-de guiar rumo ao futuro.
Porque os horrores da guerra não foram erradicados da superfície do globo. Não há fim para a espiral da violência quando o ódio gera ódio o mundo precisa agora é do espírito de tolerância e do poder da reconciliação."
Junto com Barack Obama, chefe de Estado americano, os dois dirigentes depositaram coroas de flores no local e enalteceram este gesto histórico e a importância da aliança americano-japonesa.
O presidente dos Estados Unidos agradeceu a presença do primeiro-ministro japonês falando de um gesto histórico. Eis em substância a tradução de um excerto da sua intervenção:
"Obrigado pelas palavras de conforto e consolo. Obrigado pela sua presença aqui e agora. Este gesto histórico demonstra o poder da reconciliação e da aliança entre os povos dos Estados Unidos e do Japão.
Lembra-nos que apesar das profundas feridas da guerra podem dar lugar a uma amizada e a uma paz duradouras.
Hoje a solidez da aliança entre os Estados Unidos e o Japão não tem só por origem a partilha de interesses comuns, mas também o de valores comuns, esta aliança que é o pilar da paz e da estabilidade na Ásia e no Pacífico, e uma força de progresso no mundo inteiro. A nossa aliança nunca foi tão forte nos bons e nos maus momentos, estamos presentes de mãos dadas."
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro