Último dia de campanha pelo referendo na Turquia
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O Presidente turco Recep Tayyip Erdogan terá hoje os últimos comícios para convencer os eleitores a votar "sim" no referendo que terá lugar amanhã e que visar alterar a Constituição turca.
Nove meses dois da tentativa fracassada de golpe de Estado, setenta milhões de turcos votam amanhã a favor ou contra uma reforma constitucional que suprime o cargo de primeiro-ministro e reforça poderes nas mãos do Presidente turco.
Desde 2007, este é o terceiro referendo sobre o alargamento dos poderes presidenciais. Caso o referendo passe, o Presidente Erdogan passará a escolher o governo, poderá dissolver a Assembleia ou ainda governar sozinho através de decretos.
Até ao momento, as sondagens indicam uma vantagem para o "sim", mas existem ainda 10% de eleitores indecisos.
Na Turquia, os observadores internacionais deparam-se com um papel preponderante uma vez que terão de garantir que o referendo não seja manipulado e todas as regras democráticas cumpridas.
A segurança é uma questão chave deste referendo, as autoridades efectuaram inúmeras detenções nos últimos dias. Cinco supostos membros do auto-proclamado grupo Estado Islâmico, suspeitos de preparar um ataque de grande magnitude antes do escrutínio foram detidos ontem, sexta-feira, em Istanbul. Na quinta-feira, a polícia prendeu 19 jihadistas em Izmir, no oeste do país.
Nos últimos meses, a Turquia tem sido alvo de uma onda de ataques sem precedentes ligados a este grupo terrorista e aos rebeldes curdos. As autoridades turcas mobilizaram 33.600 polícias em Istambul para garantir a segurança no decorrer do referendo.
Erdogan tem 63 anos, foi primeiro-ministro entre 2003-2014, antes de ser eleito Presidente. Em caso de vitória do "sim", poderá permanecer no poder até 2029.
O deputado social-democrata português Duarte Marques é um dos observadores internacionais no referendo na Turquia, a convite do governo e autoridades turcas.
Duarte Marques é um dos responsáveis pela zona de Istambul e explicou à RFI que a transparência do voto "não deverá problemas de transparência, mas o que poderá estar em causa é o conteúdo do referendo, isto é as alterações à Constituição num período de estado de emergência".
Duarte Marques, deputado português do PSD e observador internacional no referendo na Turquia
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