Português da Football Leaks preso na Hungria
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Os europeus prometem colaborar mais na investigação criminal sobre corrupção no futebol. Teve lugar esta terça-feira na Holanda, em Haia, uma reunião da Agência europeia para colaboração em questões judiciais. O caso do português Rui Pinto, detido na Hungria no mês passado após as revelações do Football Leaks, volta à berlinda.
Portugal tinha emitido um mandado de captura por tentativa de extorsão agravada e roubo de dados em relação a Rui Pinto.
Ele foi capturado em Budapeste, a 16 de Janeiro passado, e vive em regime de pulseira electrónica.
A capital húngara, onde se radicou este nativo de Vila Nova de Gaia, norte de Portugal, desde 2015 e onde vive com a namorada.
Começou por ir para a Hungria por falta de horizontes profissionais, na altura estudava História.
Com cerca de 30 anos ele é fã de Cristiano Ronaldo e do FC do Porto, acabará por ser revelado no mundo inteiro com o nome de John.
Este pirata informático autodidacta criou em 2016 o site internet "Football leaks", com revelações de negócios sujos de clubes de futebol europeu e de craques dos relvados.
Numa altura em que continuam a vir a público dados ventilados por ele a um consórcio de jornalistas de investigação, rede incluindo o semanário português Expresso.
Em Portugal tinham sido noticiados, nomeadamente, a existência de uma série de mails do Benfica, clube da capital, indiciando práticas ilegais.
Anteriormente tinham chegado ao conhecimento público contratos de jogadore e de treinadores do Sporting Clube de Portugal, o outro grande clube lisboeta, e do fundo de investimentos Doyen, baseado em Malta, com práticas controversas na gestão de carreiras desportivas.
Rui Pinto batalha contra a sua extradição para Portugal e falou à imprensa internacional no início do mês.
A Bélgica ou a França estão a trabalhar, no ponto de vista da justiça, com base em documentos por ele revelados.
Os dados deste "whistleblower" estariam a ser passados a pente fino por uma investigação criminal dos procuradores franceses.
O caso não pode deixar de ser referido na reunião do Eurojust, Agência europeia para cooperação em questões judiciais, reunindo 10 países europeus.
O fórum realizou-se em Haia, na Holanda, a 19 de Fevereiro e defendeu maior colaboração internacional na investigação criminal sobre os desmandos no mundo do futebol.
Alexandre Moita é jornalista desportivo no Recorde.
Ele comenta aqui o perfil de Rui Pinto que sectores comparam a Julian Assange ou Edward Snowden que revelaram outros grandes escândalos internacionais.
Alexandre Moita, jornalista desportivo português do diário Recorde
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