COVID-19: FMI perdoa serviço da dívida a 25 Estados
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O FMI anunciou esta segunda-feira o perdão do serviço da dívida a 25 dos Estados mais pobres do mundo, incluindo Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, para facilitar a resposta ao impacto da pandemia de COVID-19.
O Fundo Monetário Internacional - FMI - anunciou esta segunda-feira (13/04) o perdão durente 6 meses do serviço da dívida a 25 dos Estados mais pobres, incluindo Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, para facilitar a resposta destes países ao impacto da pandemia de COVID-19.
Para a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, esta medida permite cobrir durante seis meses os reembolsos relativos à dívida destes Estados para com esta instituição financeira e desta forma “afectar uma maior parte dos seus magros recursos aos esforços em assuntos de urgência médica e ajuda”.
Este perdão é concedido graças à utilização de verbas de um fundo destinado a financiar acções de contenção de catástrofes e recuperação, o que pode garantir o perdão do serviço da dívida até 500 milhões de dólares (458 milhões de euros).
Os 25 Estados são Afeganistão, Benim, Burkina Faso, Chade, Comores, Gâmbia, Guiné Conacri, Guiné-Bissau, Haiti, Ilhas Salomão, Libéria, Madagascar, Malawi, Mali, Moçambique, Nepal, Niger, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Serra Leoa, Tajiquistão, Togo e Iémen.
A ONG britânica Comité para o Jubileu da Dívida saudou esta terça-feira (14/04) esta medida, mas sublinha que o FMI poderia ter ido bem mais longe pois "o FMI possui mais de 27 mil milhões de dólares em reservas e mais de 135 mil milhões de dólares em ouro e pode dar-se ao luxo de cancelar mais dívida, e agora é o tempo de o fazer", argumentou a diretora do CJD, Sarah-Jayne Clifton.
Situação nos PALOP
Todos os cinco países registam casos, sendo a Guiné-Bissau o mais afectado com 40 pessoas infectadas, segue-se Moçambique com 28 casos confirmados, Angola com 19, Cabo Verde com 11 e São Tomé e Príncipe com 4 casos de contaminação.
O continente africano regista até esta terça-feira (14/04) mais de 800 mortos e mais de 15 mil pessoas infectadas em 52 dos 55 países e territórios da União Africana, sendo o norte de África e em particular a Argélia, o Egipto e Marrocos os países mais afectados com quase 600 vítimas mortais, seguidos pela África do Sul com registo de 27 óbitos.
Apenas o Lesoto, as Ilhas Comores e o Saara Ocidental não reportaram ainda infecções relacionadas com o COVID-19.
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