Actor Bruno Candé assassinado por "motivos racistas" em Lisboa
O actor luso-guineense Bruno Candé Marques foi assassinado na avenida de Moscavide, concelho de Loures, distrito de Lisboa, na tarde de sábado.
Publicado a:
A família do actor de 39 anos diz que o autor dos quatro disparos à queima-roupa já tinha feito ameaças de morte e proferido "vários insultos racistas" contra Bruno Candé e familiares.
Em comunicado, a família considera que "fica evidente o carácter premeditado e racista deste crime" e exige que "a justiça seja feita de forma célere e rigorosa".
Em declarações ao jornal Público, a actriz da companhia Casa Conveniente, Marta Félix, revelou que terá havido “uma discussão na quarta-feira, depois de um homem ter tropeçado na cadela do Bruno, da qual era inseparável e que foi importante na sua recuperação” após Candé ter sofrido um acidente.
O actor português, que nasceu na Guiné-Bissau, era membro da companhia de teatro Casa Conveniente, fez parte do elenco de telenovelas e, actualmente, preparava um livro e uma peça de teatro.
Ao Público, a encenadora e actriz Mónica Calle, que lidera a companhia, disse que “Era impossível não gostar dele. Em qualquer circunstância, em qualquer contexto, era uma pessoa impossível de não ser amada. Era alguém com uma alegria e generosidade como raramente conheci na vida. Tinha uma força e inteligência emocional incríveis. Era alguém que procurou sempre descobrir-se a si e aos outros."
Bruno Candé deixa três filhos menores, uma menina de 2 anos e dois rapazes de 5 e 6 anos.
A organização não-governamental SOS Racismo exige que seja feita justiça, para que o assassínio de Bruno Candé Marques não seja mais um sem consequências. O dirigente da ONG, Mamadou Bá, fala num "crime com motivações raciais e pede que seja feita justiça".
Dirigente da ONG SOS Racismo, Mamadou Bá
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro