Protestos no Líbano, várias dezenas de feridos e um polícia morto
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Milhares de pessoas manifestaram este sábado no centro de Beirute, para protestar contra a classe política que eles acusam de ser a responsável pela recente explosão ocorrida no porto da capital libanesa, que provocou mais de 150 mortos e transformou a cidade numa área de desastre.
Com em pano de fundo uma grave crise económica e social, milhares de libaneses foram as ruas do centro de Beirute, para protestar contra a classe política, acusada pelos manifestantes, nomeadamente de ser a responsável pela explosão na zona portuária da cidade , que provocou a morte de pelo menos 150 pessoas, de acordo com as últimas estatísticas divulgadas pelo Ministério da Saúde o Líbano.
De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, o número de pessoas dadas como desaparecidas devido à mortífera explosão é de 21 e não de várias dezenas como inicialmente anunciado. O último balanço, publicado pelo referido departamento, aponta para 154 mortos e mais de 6000 feridos.
A multidão que se deslocou ao centro da capital libanesa para protestar contra os políticos, e no seio da qual alguns manifestantes agitavam laços corrediços, apelou a vingar as vítimas da explosão da passada terça-feira.
Por outro lado, um grupo de manifestantes liderado por oficiais reformados do exército libanês, invadiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros e declarou o edifício como "quartel general da revolução" .
Líder do grupo, o general reformado , Sami Rammah , proclamou ,através de um comunicado, diante duzentas pessoas que gritavam "Revolução!", que o Ministério dos Negócios Estrangeiros passava a ser a sede da "Revolução" .
A tomada do edifício ocorreu enquanto as atenções das forças da ordem convergiam para a manifestação contra a classe política, durante a qual os participantes apelaram a execução por enforcamento dos dirigentes políticos, assim como instalaram guilhotinas de madeira na praça dos Mártires de Beirute, epicentro de um movimento de contestação que tinha começado em Outubro de 2019, mas cuja intensidade foi travada pela a emergência da pandemia de Covid-19 e a grave crise económica que afecta o Líbano.
Fontes policiais confirmaram que disparos foram ouvidos no centro de Beirute,mas não fizeram alusão a eventuais vítimas.
Mais de 110 pessoas ficaram feridas , 32 foram hospitalizadas e um polícia foi morto no decurso da manifestação de sábado em Beirute.
Uma videoconferência de doadores, coordenada pela França e organizada sob a égide das Nações Unidas para apoio económico ao Líbano, decorre neste domingo, com a participação dos chefes de Estado francês e norte americano, respectivamente Emmanuel Macron e Donald Trump, dos dirigentes libaneses e várias entidades internacionais.
Protestos no Líbano provocam dezenas de feridos e morte de um polícia 08 08 2020
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