França vai exigir aos europeus teste PCR para entrar no país
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A França vai obrigar os europeus a apresentarem teste PCR negativo para entrarem no país. A União Europeia adiou a decisão sobre certificados de vacinação, depois de os líderes não terem chegado, na quinta-feira, a acordo na videoconferência com os chefes de Estado e de Governo da UE.
O Conselho Europeu por videoconferência dedicado à crise sanitária desta quinta-feira terminou sem acordo quanto aos certificados de vacinação para viajar no espaço comunitário. Depois da reunião, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que os passageiros europeus que se desloquem a França para viagens não essenciais vão ter de apresentar um teste PCR negativo realizado no máximo há 72 horas.
A medida vai entrar em vigor em França a partir da meia-noite deste domingo. De acordo com a imprensa francesa, os trabalhadores fronteiriços e trabalhadores dos transportes terrestres estão isentos de apresentar teste.
Até agora, para viagens de ou para países externos à União Europeia, a França já pede aos passageiros um teste PCR negativo e uma quarentena de sete dias.
A decisão surgiu depois de o Conselho Europeu desta quinta-feira ter terminado sem acordo quanto aos certificados de vacinação para facilitar viagens no espaço comunitário.
No comunicado final da reunião, pode ler-se que “os líderes concordaram em trabalhar numa forma estandardizada de prova de vacinação para fins médicos” e que “vão determinar, mais tarde, em que circunstâncias esses certificados podem ser usados”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse, no final, que há ainda “questões em aberto” que serão respondidas “quando for a altura adequada”.
Ursula von der Leyen explicou que o uso dos certificados de vacinação “tem de ser cautelosamente considerado” porque ainda não há resposta sobre “se a vacinação inibe a transmissão do vírus” e “por quanto tempo é a vacinação eficaz”.
A presidente da Comissão Europeia justificou, também, que é preciso assegurar os direitos “daqueles que não tiveram acesso à vacina” e ver “quais as alternativas que podem ser dadas àqueles que têm legitimidade em não querer ser vacinados”. Por outro lado, a responsável lembrou que se tem de ver a questão da protecção de dados dos cidadãos.
Os certificados de vacinação, sugeridos pelo primeiro-ministro grego, Kyriákos Mitsotákis e já apoiados pelo primeiro-ministro português, António Costa, pretendem garantir a retoma da livre circulação no espaço comunitário, o que evitaria a obrigação de fazer quarentena ou de fazer testes de diagnóstico PCR antes de viajar para determinados países.
Desta cimeira virtual de líderes europeus saiu, ainda assim, a elevada preocupação com as novas estirpes detectadas no Reino Unido, África do Sul e Brasil. Por isso, nas conclusões da reunião listadas em comunicado de imprensa pode ler-se que “os líderes querem que a vacinação seja acelerada”. Na quinta-feira, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças alertou para o risco “muito elevado” de contágio das novas “e preocupantes” variantes do SARS-CoV-2, pedindo restrições mais rigorosas e rapidez na vacinação dos grupos de risco.
Entre as conclusões está, também, a necessidade de as fronteiras ficarem abertas para “assegurar o funcionamento do mercado único, incluindo o fluxo de bens e serviços essenciais”, com a recomendação de não haver decisões unilaterais de proibir viagens. "Contudo, medidas de restrição às viagens não essenciais na União Europeia podem ser necessárias para conter a propagação do vírus", pode ler-se no documento.
A pandemia de Covid-19 provocou mais de dois milhões de mortos em 96,8 milhões de casos de infecção em todo o mundo.
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