Governo francês não exclui novas restrições para combater epidemia
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Em declarações à imprensa, o porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, sublinhou na quarta-feira que o recolher obrigatório a partir das 18 horas não revelou a eficácia que se esperava em termos de redução das contaminações pelo vírus da Covid-19. Segundo Attal o governo não exclui a possibilidade de aplicação de novas restrições para lutar contra a epidemia.
A evolução da epidemia de Covid-19 em França foi na quarta -feira, mais uma vez ,objecto de comunicação governamental.
Depois de ter circulado nos últimos dias a hipótese de um terceiro confinamento imediato, para combater com mais eficácia a propagação do vírus nas várias regiões de França, o executivo francês optou por manter o actual recolher obrigatório, a partir das 18 horas, até o final da semana, mas não excluiu a possibilidade de decretar medidas mais rígidas.
No decurso de uma conferência de imprensa, o porta-voz do governo, Gabriel Attal sublinhou, nomeadamente, que o recolher obrigatório em vigor não revelou a eficácia que se esperavan no que toca à uma menor circulaçã do vírus .
Gabriel Attal, porta-voz do Governo
" O actual recolher obrigatório à partir das 18 horas provou uma eficácia muito relativa .
Nós possuímos dados que nos permitem mostrar que o mesmo trava até cert ponto a circulação do vírus, mas nesta altura ele não trava suficientemente a circulação do vírus para que seja considerado realmente eficaz perante os desafios sanitários, que se traduzem, sublinho, por um aumento de hospitalizações nas unidades de cuidados intensivos.
O recolher obrigatório foi decretado por duas semanas e por isso só será neste final de semana que nós poderemos avaliar os seu efeitos. Contudo sem esperar, nós antecipamos. Nós examinamos hoje vários cenários, que vão da manutenção da situação actual, com o recolher obrigatório às 18 horas , à um confinamento muito rígido".
( Gabriel Attal, porta-voz do Governo francês)
O ponto da situação efectuado por Gabriel Attal, ocorre numa altura em que o Presidente Emmanuel Macron decidiu iniciar uma séria de consultas com os representantes políticos locais e regionais, de forma a ter uma avaliação mais precisa da crise sanitária.
Nesse contexto, o Primeiro-ministro Jean Castex, reunir-se-á nesta quinta e sexta-feiras com deputados, associações de eleitos e parceiros sociais como sindicatos e patronato, para avaliar que medidas poderão ser aplicadas a partir deste final de semana.
O líder do Partido Socialista, Olivier Faure, na oposição, criticou a gestão governamental da crise, afirmando que ,de cada vez, o executivo inicia a concertação depois de ter tomado as decisões. Decisões que ,segundo Faure, foram tomadas sem nenhuma avaliação do impacto real da crise sanitária no actual momento.
A oposição criticou também o facto de que a missão de informação sobre a Covid-19, criada no seio da Assembleia Nacional, tenha sido encerrada a partir de quarta-feira.
Eric Ciotti, do partido da direita, Les Républicains, e relator da citada missão, denunciou o que ele considerou um “ golpe de força institucional e uma deriva solitária na gestão da crise” .
O presidente de bancada parlamentar do partido no poder,(La République en Marche) Christophe Castaner, respondeu afirmando que, as comissões de inquérito e as missões de informação são temporárias.
A oposição exige que o governo dê explicações sobre a sua estratégia em matéria de vacinação contra a Covid-19, bem como deseja consultar os contratos negociados pela Comissão Europeia em nome dos Estados membros e saber quais são os mecanismos exactos de financiamento para a aquisição das doses de vacina.
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