Cannes: Karim Ainouz relata buscas e revoluções no filme “O Marinheiro das Montanhas”
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“O Marinheiro das Montanhas”, de Karim Ainouz, está presente em sessão especial na 74ª edição do Festival de Cannes. O documentário é um diário de bordo do diretor em sua viagem à Argélia, terra natal do pai.
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Patricia Moribe, enviada especial a Cannes
Karim Ainouz comparece novamente a Cannes, após ter sido premiado em 2019 por “A vida invisível de Euridice Gusmão”, exibido na mostra Um Certo Olhar. A projeção de “O Marinheiro das Montanhas”, na sexta-feira (9), ganhou longos aplausos e uma manifestação contra a gestão da pandemia pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro. O cineasta falou com exclusividade com a RFI Brasil.
“Evidentemente é um filme muito pessoal, uma espécie de autobiografia, o que na literatura a gente chama de ‘mémoire’. O filme conta a história de amor dos meus pais, a separação deles e da minha descoberta da Argélia, que é uma espécie de pátria, no sentido mais profundo do termo”, explica o diretor.
Entre os maiores desafios, como “ficar desnudo em frente à câmera”, foi também “como tornar essa história relevante para o mundo”, ao invés de ser um arquivo pessoal no fundo da gaveta.
Mas o cineasta explica que também queria mostrar como a geração de seus pais foi marcada por experiências coloniais e pós-coloniais. “Meus pais se encontraram porque houve uma revolução na Argélia, uma independência colonial, que fez com que meu pai fosse para os Estados Unidos”. Além, disso, sua mãe Iracema deixou o Brasil numa época em que eram raras as cientistas que saíam do país para pesquisar. “Acho que o encontro deles foi uma pequena revolução”, acrescenta.
Com fotos de arquivo e de sua coleção pessoal, o cineasta cola trechos e instantes de seu percurso, de barco, de Marselha, no sul da França, à Argélia. O espectador descobre junto com o narrador o país de seu pai Majid, nas montanhas da Cabília. Há encontros com desconhecidos e com familiares.
Para a entrevista completa, clique na imagem no alto do texto.
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