Aprovada em audição, oboísta brasileira fará concertos com Orquestra Filarmônia de Londres
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Do Brasil para a Inglaterra, passando pela Suíça. A musicista Erica Smetak, de 23 anos, que é de Salvador e estudou em Genebra, na Escola de Altos Estudos de Música, foi aprovada em audição da Orquestra Filarmônia de Londres, uma das mais importantes do mundo. Em conversa com a RFI, a oboísta explicou como foi o processo seletivo.

Valéria Maniero, correspondente da RFI na Suíça
Erica contou que o teste para integrar a Orquestra Filarmônia em Londres foi por vídeo. A Covid-19 atrapalhou um pouco o processo, mas não impediu que a baiana fosse selecionada.
"Eu aceitaram o meu dossiê, o meu pedido. Mas viram que eu morava na Suíça e que, por conta da Covid, não poderia estar lá na prova. Então, eles falaram que aceitariam uma candidatura por vídeo com os determinados trechos de orquestra que estavam pedindo para a vaga de corne inglês", diz.
Quinze dias depois, Erica recebeu uma resposta positiva da orquestra. "Eles me aceitaram para fazer um 'trial', que é como se fosse um tempo probatório na orquestra. Você toca com eles, faz alguns concertos, ensaios e programas com eles. Depois, eles decidem se você tem um contrato prolongado definitivo, com uma duração maior”, explica.
Por enquanto, a oboísta ainda não sabe como será o contrato, quanto tempo vai durar e quando começará, mas Erica não esconde a felicidade com a conquista. “Significa o início de uma longa caminhada na vida profissional, que está só começando”, afirma.
Na Bahia, onde tudo começou
Erica ingressou no mundo da música aos quatro anos, quando entrou no curso de iniciação musical para crianças na Universidade Federal da Bahia. Aos oito, já integrava o Neojiba - projeto que promove a inserção social por meio da música - onde ela começou tocando flauta doce e depois flauta transversal.

“Eu fiquei um ano na flauta transversal até que eu mudei para o oboé - aí que foi o início do meu instrumento. Depois de três meses, eu estava na orquestra 2 de Julho, que é a orquestra principal do projeto, onde toquei durante oito anos", relembra.
Aos 17, Erica viajou à Suíça para realizar a prova da Escola de Altos Estudos de Música de Genebra. "Fui aprovada, mas não tinha bolsa, não tinha nada. Felizmente, eu consegui uma bolsa de excelência aqui na Suíça, da Fundação Hans Wilsdorf”, conta.
Atualmente a jovem faz um estágio com a Orquestra do Teatro de Solothurn/Bienne, na Suíça, com a qual tem contrato até junho.
Principal conselho: disciplina
O principal conselho de Erica para quem quer seguir carreira na música é ter disciplina. "A gente não chega a lugar nenhum sem disciplina. E cada derrota é um passo mais próximo da nossa vitória, se nós não desistirmos."
A jovem encara todas as suas experiências como um aprendizado. "No grande plano, até o que parece negativo é só uma parte do caminho, é só algo pequeno que estamos passando naquele momento para nos ajudar a chegar onde almejamos”, diz a musicista.

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