Espetáculo brasileiro traz a Paris discussão sobre gênero e identidade
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Em versão adaptada por causa das restrições sanitárias da pandemia, o Centro Nacional da Dança (CND), em Paris, traz o Festival Camping, reunindo coreógrafos, estudantes, profissionais e amadores. A participação estrangeira foi reduzida, mas o Brasil comparece com três artistas, entre eles a coreógrafa e dançarina Poliana Lima, baseada em Madri.
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Para ver a entrevista na íntegra, clique no vídeo acima
Até o dia 25 de junho, o evento apresenta, em Paris e em Lyon, 10 espetáculos, 25 workshops, exibições de filmes e apresentações públicas. Poliana traz o espetáculo “As coisas se movem, mas não dizem nada”.
A coreógrafa marca com o projeto sua estreia na França. “Com muita alegria e espera”, diz, pois, a peça já estava programada para 2020, mas todo o festival Camping acabou sendo cancelado.
Sobre “As coisas se movem, mas não dizem nada”, ela diz: “inicialmente foi uma peça que concebi como uma homenagem à própria dança, ao próprio movimento”. No palco, dez bailarinas têm os pés praticamente colados ao solo, com muitos movimentos corporais, mas sem deslocamento.
Sobre o título, ela diz que “foi o primeiro que veio e realmente remetia à ideia de celebração, de que as coisas vivas estão sempre se mexendo e não tem sentido fora delas mesmas”.
"Sabedoria ancestral feminina"
Poliana conta que aos poucos o projeto foi tomando forma e ela finalmente optou por um elenco só de mulheres. “Como as bailarinas não se movem, não saem do lugar, a coreografia é muito vinculada ao torso, aos braços”.
“O trabalho foi ganhando espaço no campo semântico, de possiblidades de significados”, relata. Além disso, foi se armando também “de uma sabedoria ancestral feminina e uma “capacidade de resiliência”, acrescenta. Ou seja, “a capacidade de ser afetada por tudo e, ao mesmo tempo, seguir resistindo”.
Poliana enfatiza também a importância de trabalhar o conceito de identidade, “seja de gênero, de faixa etária, origem étnica ou racialização dos corpos”.
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