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Com mais de 200 empresários, delegação brasileira é uma das maiores na Web Summit em Portugal

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Mais de 200 empresários brasileiros participam da primeira conferência presencial da Web Summit em dois anos devido a pandemia de COVID-19. A delegação brasileira é uma das mais fortes dentro dos 43 mil participantes de 128 países, que são esperados até o final da feira tecnológica, que começou no dia 1° e vai até o dia 4 de novembro. Pela primeira vez nos dez anos de história do evento “há mais mulheres do que homens entre os participantes", diz o comunicado da organização.

Tecnologia e inovação marcam Web Summit em Portugal
Tecnologia e inovação marcam Web Summit em Portugal AP - Armando Franca
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Apesar do pouco tempo para a preparação e mesmo tendo cerca de 30 mil visitantes a menos que na ultima edição presencial - que chegou a ter 70 mil participantes - o evento pode ser considerado um sucesso. Até o mês de agosto a organização estava incerta se seria possível realizá-la no modo presencial ou não. Após ter a “luz verde “ das autoridades portuguesas começou verdadeiramente uma corrida contra o relógio.

No fim de agosto, a organização apostava na venda de, no máximo, 10 mil entradas. De acordo com o fundador e CEO da Web Summit, Paddy Cosgrave, “o alto nível de vacinação em Portugal e o baixo índice de contágios ajudaram a retomada”. Esse fato atraiu também a participação de muitos brasileiros que puderam voltar a viajar para a Europa e aproveitaram o evento para visitar Portugal e depois outros países europeus.

Delegação brasileira entre as maiores

Quatro brasileiros estão entre os cerca de mil oradores desta edição. O primeiro a subir em um dos diversos palcos do megaevento foi ex-jogador Gilberto Silva, que fez parte da seleção campeã do mundo em 2002. Nesta quinta feira, será a vez de Christian Rôças, CEO do Porta dos Fundos,  Gabriel Braga, cofundador da imobiliária digital Quinto Andar, e Marco Fisbhen, fundador e CEO da Descomplica, startup de educação on-line.

Stand do Brasil na Web Summit
Stand do Brasil na Web Summit © Adriana Niemeyer

Nos corredores da Feira de Lisboa, o sotaque brasileiro é dominante e muitos empreendedores vieram dispostos a colher experiências e fazer contatos para trazer suas empresas para Europa via Portugal. Uma ponte que é facilitada pela Missão Web Summit 2021, que conecta start-ups e empresários brasileiros com empreendedores de Portugal, mas também por particulares que criam grupos de interesses.

O empresário Ronald Nossig, da Oasislab,  comentou para RFI ter conseguido reunir este ano um grupo de somente 60 empresários, mas tem a expectativa que para o próximo ano venha ser de 150 a 200. Segundo ele, neste momento, os visitantes brasileiros estão mais interessados em ver o que está acontecendo no mundo tecnológico do que propriamente apresentar os seus produtos.

Para Ronald, “é muito importante observar o mercado e tomar os bons exemplos para poder aperfeiçoar e logo apresentar projetos que possam atirar o interesse em todo o mundo. Promover e trocar experiências”, afirma. Mas essa troca de conhecimento e experiências poderá acontecer num futuro próximo no Brasil já que o presidente executivo da Web Summit avançou que está empenhado em criar “eventos irmãos” da conferência tecnológica, em países como o Dubai, Emirados Árabes Unidos e no Brasil.

APEX aposta nas start-ups

Foram apresentadas várias start-ups brasileiras que atuam nos segmentos de inteligência artificial, tecnologia para saúde, agricultura, ecossistemas, entre outros. Uma delas que atua na área da saúde e se destaca na chamada “HealthTec” foi criada pelo engenheiro de telecomunicações Joel de Oliveira.

Após a morte precoce do seu filho Lucas com apenas 2 anos e meio, vítima de câncer, ele resolveu se dedicar à criação de um pequeno sensor que emite todos os sinais vitais da criança tanto para o celular dos pais, como para central médica que o atende. Deste modo, além de alertar imediatamente alguma alteração importante no quadro do doente, gera um maior conforto aos cuidadores que devem se dedicar 24 horas aos pequenos pacientes. A sua empresa Luckietech foi criada com recursos próprios, e ele chegou a vender a sua casa para investir no projeto.

Joel de Oliveira da Luckietech
Joel de Oliveira da Luckietech © Adriana Niemeyer

Trabalhando arduamente junto a um sócio da área tecnológica e outro da área médica, eles conseguiram fabricar o sensor que poderá salvar muitas vidas. Joel sabe que tem ainda um longo e duro caminho pela frente, e emocionado e com lágrimas no olhos disse para a RFI que “poder participar desse grande evento e mostrar o seu projeto para o mundo já é uma grande realização”.

Assim como o Joel, outros empresários brasileiros sonham com essa oportunidade. De acordo com  a representante da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (APEX), Karina Bazuki, o programa Start Out trouxe 34 start-ups com alto poder de inovação e internacionalização para representar o Brasil. Este número deverá crescer exponencialmente nas próximas edições. “Todos os países entendem que a inovação tecnológica é fundamental para o crescimento de suas economias e ninguém quer perder esse trem”, diz.

A União Europeia anunciou nesta quarta-feira  a criação da ESNA, Europa Startup Aliança das Nações, que terá uma sede permanente em Lisboa, e tem por objetivo atrair para a Europa as melhores startups de todo o mundo

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