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Festival de Cinema Brasileiro de Paris volta ao presencial em sua 23ª edição

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Com 19 filmes na programação, a 23ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris vai de 1º a 4 de julho, no cinema l’Arlequin, traz este ano uma homenagem ao ator, produtor e diretor baiano Lázaro Ramos, diretor do filme da sessão de abertura, “Medida provisória”. Katia Adler, diretora do festival, diz que a sua realização em forma presencial "é uma resistência à Covid e também ao governo que temos hoje no Brasil, que não gosta de cultura e que promove o desmonte do país". 

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Kátia Adler é diretora do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, que chega à sua vigésima terceira edição nesta ano de 2021.
Kátia Adler é diretora do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, que chega à sua vigésima terceira edição nesta ano de 2021. © RFIElcio Ramalho
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"No ano passado, o festival, que sempre acontecia em abril, foi cancelado por causa da pandemia. Fizemos assim mesmo o festival online no mês de julho, com 55 filmes. Este ano mais uma vez não foi possível fazer em abril, então decidimos esperar pela abertura [das salas de cinema na França] numa tentativa de voltar um pouco à vida normal dentro das limitações que a gente conhece e resolvemos fazer novamente em julho. Este ano [o evento] é menor, são quatro dias em vez dos oitos habituais, mas ele acontece fisicamente", explica a diretora, feliz de voltar às salas de cinema. 

Confira a programação completa do festival de cinema brasileiro no site do evento

Kátia Adler conta que neste ano o tema são os negros no cinema brasileiro. "Eu pedi ao Luiz Lomenha para me ajudar. Ele é um grande conhecedor de cinema, diretor, ativista, já teve muitos filmes selecionados para o festival nestes 23 anos. Ele me ajudou no tema do festival, que é um tema que tem que ser abordado, e obviamente o Lázaro Ramos era evidente para mim. São cinco filmes com ele e tem ele como diretor de cinema, com 'Medida provisória'".

Ao final da sessão de abertura, como de costume, haverá um debate com o diretor, mas desta vez ele será por videoconferência. "A gente vai ter o Lázaro Ramos e a Taís Araújo debatendo o filme pelo Zoom logo após a sessão. Vai ser a primeira vez que a gente vai fazer isso. Eles não puderam vir por causa da pandemia, pois teriam de fazer uma quarentena aqui em Paris e isso não seria possível."

Presença de diretores

Mas o festival deste ano contará também com a presença de alguns diretores. Marcelo Brennatn, diretor do filme "Curral", sobre compra de votos, virá a Paris para conversar com o público após a sessão de seu filme, às 14h de sábado (3).

"A gente tem também o filme 'Nheengatu', do José Barahona, com a presença dele e da produtora Carolina Dias. E teremos também a presença de Pamela Valente, diretora do filme 'Estrelas'. Temos poucos convidados este ano por causa da pandemia e também porque não temos o patrocínio que teríamos normalmente. É importante dizer que é uma edição realmente de resistência", afirma. 

No sؘábado (3), a diretora conta que está prevista uma edição musical, com filmes sobre músicos – Simonal, Luiz Melodia e Alcione. "Vamos fazer um baile de mؘáscaras após as sessões. Eu acho que também vai ser um momento forte do festival, porque a gente também precisa de alegria", diz.

Cinema e política 

O filme "Marighella", de Wagner Moura, foi exibido em 2019, no encerramento do festival, "com sala lotada, Humberto Carrão, foi uma sessão incrível". "Dois anos depois, o filme ainda não estreou no Brasil e a gente resolveu dar uma outra oportunidade ao público de ver o filme", conta Kátia, que incluiu a produção sobre a vida e a morte do gurerrileiro que lutou contra a ditadura militar (1964-1985) no Brasil. 

O festival se encerra no domingo (4), com a exibição do filme "Alvorada", documentário das cineastas Anna Muylaert e Lô Politi sobre Dima Rousseff durante o seu período de isolamento no Palácio da Alvorada, durante o seu processo de impeachment em 2016. 

"O festival é sempre um panorama do que está se fazendo no Brasil. A gente tem falado de política quase sempre e com certeza a gente ainda vai falar muito sobre isso. Imagine os filmes que vão vir por aí – se deixarem fazer os filmes. A gente fala do momento atual e conta um pouco sempre da história [do Brasil]. Eu sigo o olhar dos diretores, tantos os jovens quanto os mais velhos”, finaliza a diretora.

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