Festifrance Brasil leva produções cinematográficas francesas a Belo Horizonte
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O Festifrance Brasil é uma mostra competitiva de cinema, que reúne em Belo Horizonte, Minas Gerais, mais de 30 produções francesas. O evento, que acontece até 18 de setembro em parceria com o Cine Santa Tereza, coloca a cultura francesa em evidência através dos filmes participantes.
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“Tudo começou em Belo Horizonte, pois eu sou mineiro, mas já moro há 24 anos no exterior e sempre quis levar um diferencial para nossa cidade. Hoje, o alcance é maior, o festival circula por mais de 200 cidades do estado e do Brasil”, conta Roberto de Matos, produtor do festival.
A programação é composta por 35 filmes, longas e curtas-metragens, nos formatos de ficção, animação e documentários, de vários gêneros: comédia, romance, suspense, etc. “A programação é inédita, que ainda não circulou nas salas de cinema. Estamos bastante animados”, acrescenta o organizador. "É uma seleção complicada devido à concorrência forte que existe nas proposições das produções e diretores”, afirma.
Mas levar diretores e produtores de cinema da França para o Brasil foi um desafio, desde a primeira edição. “No princípio, teve relutância, pois era o começo. Hoje, estamos na oitava edição e temos status de festival de classe A, portanto o panorama mudou. Agora são os diretores que nos procuram. Alguns nós conseguimos levar com o apoio da embaixada da França e outros acabam indo por conta própria”, diz Roberto de Matos sobre a participação estrangeira.
Cinema social
Ele conta que o caráter social do festival garante o interesse do público brasileiro. “A relação tem sido de proximidade devido a nossa proposta. A gente não aporta só o cinema, mas também um caráter social e humano. E o brasileiro tem um coração mole, se preocupa com as pessoas, quer ajudar. E como os ingressos são gratuitos, conseguimos garantir que a cultura seja acessível a todos”, diz
Além das exibições, o Festifrance promove workshops, conferências e oficinas sobre cinema. “Um tema que o festival vem enfatizando é a questão da mulher, que ainda é minoria no cinema e na área cultural”, destaca. “Faremos um aulão de francês em praça pública e temos exibições nas prisões, além de um sopão cultural para exercer a cidadania”, acrescenta.
Menino prodígio
Entre os participantes do festival está Ruslam Mashkevich de Matos, filho de Roberto, de apenas 10 anos. O menino assina o curta-metragem Viktoria, inspirado na história da própria irmã, de 3 anos. “Eu fiz esse filme, que tem uma garota que se chama Viktoria e ela busca um brinquedo perdido. Então, o nosso cachorro e a amiga dela, Andreia, vão ajudá-la a encontrar”, resume o jovem diretor.
O filme feito por ele já foi selecionado para 16 festivais e conquistou três prêmios. “Eu estou impressionado que muita gente vai assistir o meu filme”, diz Ruslam. “Eu não dirigia, mas minha mãe e meu pai faziam cinema e eles disseram que agora eu já podia fazer um filme”, conta o menino que já atuou como ator nas telas de cinema.
Para o orgulho do pai dele e produtor do evento. “Eu sou produtor há muitos anos e a minha esposa, a mãe dele é atriz. O avô é chefe de orquestra, então ele está no conservatório de Paris, já atuou em curtas e longas-metragens e temos uma série de projetos em que ele está envolvido”, conta Roberto de Matos. “Então, ele já tem aquele DNA artístico na família”, destaca.
“O filme tem bastante potencial, foi feito com muito amor e de forma natural. Nessa idade, o nível cinematográfico não está desenvolvido, mas ele quis dirigir e nós deixamos. Trabalhar com criança é difícil, é quase como uma brincadeira. O filme teve boa repercussão em festivais, foi vendido para a televisão, então ele realmente promete”, conclui, orgulhoso.

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