Guitarrista Ana Zingoni lança disco revisitando clássicos da MPB e internacionais
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A guitarrista brasileira Ana Zingoni acaba de lançar em todas as plataformas digitais o disco "Campo di Mele", com oito músicas, entre elas sete instrumentais e uma única faixa cantada. O repertório revisita clássicos da MPB e da canção internacional.
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Ana Zingoni, que divide atualmente sua vida entre o Rio de Janeiro e Paris, tem uma carreira reconhecida de produtora musical, cantora e guitarrista. Ela já gravou discos em parceria com Mú Carvalho, compositor e tecladista do grupo A Cor do Som, mas “Campo di Mele” é o seu primeiro disco solo.
Ela começou a fazer música ainda adolescente. Durante dois anos, estudou guitarra e canto na Berklee College of Music, nos EUA. De volta ao Brasil, se aperfeiçoou em harmonia funcional com o maestro, arranjador e trombonista Vittor Santos. No entanto, foi como cantora que ficou conhecida ao participar como vocalista de vários discos e shows, por isso resolveu lançar esse CD para revelar o seu outro lado artístico.
“Eu sou muito mais conhecida pelo meu lado de intérprete, de cantora. Poucas pessoas conheciam esse meu lado de instrumentista e eu quis, nesse trabalho, mostrar esse meu lado de guitarrista. O resultado é muito bonito e eu estou muito feliz”, conta Ana Zingoni em entrevista à RFI.
Homenagem às múltiplas origens
Os arranjos de “Campo di Mele” são de Vittor Santos. A “orquestração suave combinou muito bem com a minha guitarra”, detalha. As oito músicas do disco foram escolhidas pela guitarrista, em parceria com Santos e com Mú Carvalho, com quem Ana Zingoni é casada. O repertório, com influências marcantes de jazz e bossa nova, foi pensado para homenagear as múltiplas nacionalidades da instrumentista, que nasceu nos Estados Unidos, cresceu no Rio de Janeiro, e vem, pelo lado paterno, de uma família italiana, mas também a França, país onde mora atualmente.
“Eu tenho na minha vida uma curiosidade: tenho três passaportes. Eu tive a ideia de fazer uma homenagem a esses três países mais a França, que é o país que eu amo, onde moro e tenho, inclusive, uma neta francesa agora. Escolhi três músicas brasileiras, três americanas, uma italiana e duas francesas”, revela.
A primeira música francesa é “La Javanaise”, de Serge Gainsbourg, um “hino aqui na França, uma música muito importante para a cultura francesa”, indica. A outra é “The Good Life” (La Belle Vie, no título original), do guitarrista francês Sacha Distel, “um standard de jazz". "A versão inglesa foi gravada por vários intérpretes e ficou tão marcada no repertório de jazz americano que as pessoas nem se dão conta que é francesa”, diz Ana Zingoni.
Bossa Nova
A única faixa cantada é “Caminhos cruzados”, de Tom Jobim e Newton Mendonça. “Para fechar o disco, escolhi esse clássico da bossa nova. O disco merecia pelo menos uma música cantada porque, afinal de contas, sou bem mais conhecida como cantora do que instrumentista.”
O título “Campo di Mele” remete ao vilarejo italiano do avô paterno de Ana Zingoni. A instrumentista assume o tom nostálgico do trabalho. “Quis primeiro homenagear minha família italiana, que é uma história muito bonita de imigração. E quis encerrar um ciclo de aprendizado, [quando] naturalmente você revisita muitos standards”, conclui.
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