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Influenciada pela música brasileira, Amina Mezaache inventa ritmo “chorocatu” em novo CD

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“Vórtex” é o terceiro álbum de Amina Mezaache e do quarteto Maracujá. O disco, lançado agora na França, traz oito músicas que espelham a trajetória da flautista e compositora francesa, com influências de jazz, improvisação e principalmente música brasileira.

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Amina Mezaache
Amina Mezaache © RFI
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O quarteto Maracujá foi criado em 2012 por Amina Mezaache e é formado ainda por Yoan Fernandez, na guitarra, Fabien Debellefontaine, no sousafone, e Jonathan Edo, na percussão. Desde a fundação, a música brasileira está muito presente no trabalho do grupo.

Foi um encontro com Hermeto Pascoal, que, aliás é homenageado com uma faixa no álbum “Vórtex”, que influenciou as composições de Amina Mezaache. “Eu realmente me apaixonei pela música dele porque eu sou musicista de jazz. Gostei muito do espírito de liberdade que tem na música do Hermeto. Depois, fui ao Rio e ao nordeste também, e descobri a tradição muito rica, muito forte, das várias músicas, dos vários ritmos do Brasil”, relembra a flautista.

Ela se sente tão à vontade com os sons brasileiros que até criou “um ritmo” próprio, o “chorocatu”, título de uma das faixas do álbum, que seria uma mistura de choro e maracatu. “Eu escrevi essa música para o Festival de Choro de Paris. Tentei escrever um choro e saiu também o maracatu dentro. Isso é realmente meu jeito de criar. Sempre tem vários ritmos que chegam assim naturalmente no processo”, conta, ressaltando ter ficado contente por “pelo menos uma pessoa” ter entendido o título da música.

Influências africanas e jazz

No turbilhão de sons que é o álbum “Vórtex” tem também influências de músicas do norte da África, região onde Amina Mezaache cresceu. Ela viveu na Argélia até os 13 anos, antes de vir para a França.

“Lá (na Argélia) tem vários tipos de músicas e uma influência da África do Oeste. Então, eu tenho isso naturalmente. Acho que a música brasileira também me interessou por causa disso e das raízes africanas fortes na música brasileira”, afirma.

Os dois primeiros álbuns de Amina Mezaache e do quarteto Maracujá - “Imaginarium” (2016) e Mondo (2020) - já eram marcados por ritmos brasileiros e africanos, e também muito jazz e improvisação, que são a alma do estilo da compositora.

“O jazz é que vai pegar essas influências e misturar. A improvisação no grupo é bem importante. A gente tem muita liberdade de interpretar. Então, nos concertos, sempre pode acontecer coisas que não estavam previstas”, antecipa.

O público parisiense vai poder conferir e se surpreender com o jazz “chorocatu” de Amina Mezaache e do quarteto Maracujá no dia 16 de maio, no lançamento do CD “Vórtex” no Estúdio Ermitage. Pela primeira vez, o show, assim como o álbum, conta com a participação de um rappeur, Edgar Sekloka, que segundo Amina, “vai também improvisar num forró. Vamos ver o que vai sair”.

Clique na foto principal para assistir a entrevista completa.

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